Fazer mais com menos

Atualizado em 19 dezembro, 2018

É fato que Santa Catarina tem plenas condições de retomar o ciclo do crescimento em 2019, depois de enfrentar firme anos de turbulências políticas e econômicas, sempre com a engrenagem funcionando, gerando emprego e renda como poucos Estados conseguiram fazer. Mas isso não significa que o próximo ano será mais fácil. Pelo contrário, a expectativa com a mudança de rumo no governo faz com que os empresários e consumidores estejam ainda mais vigilantes.

Ainda é cedo para dizer que o setor terciário, representado pela Fecomércio SC, já pode respirar aliviado, mas numa rápida leitura dos resultados de 2018 podemos ver a evolução da retomada.

O varejo ampliado em Santa Catarina soma doze meses consecutivos de volume de vendas acima dos 10%, enquanto no Brasil (5,8%) os números ainda são tímidos. Em setembro, último dado disponível, o setor registrou alta de 12,1% no acumulado em 12 meses, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE. Estes dados apontam para ventos ainda melhores no comércio catarinense no próximo ano.

Santa Catarina também ocupou o segundo lugar do país em abertura de lojas no primeiro semestre de 2018. Em 2017 foi o único a encerrar o ano com resultados positivos. Nos dois anos anteriores quase 17 mil lojas haviam fechado as portas no Estado. A sinergia entre distribuição de renda mais equitativa do país, menor índice de desemprego (6,2%) e a diversificação econômica, que permitem mobilidade de emprego e poder de compra distribuído em todas as regiões, segurou o Estado neste patamar.

Embora tenha muitos indicadores melhores do que as médias nacionais, o cenário catarinense não descola do brasileiro. A dimensão do crescimento em 2019 dependerá da aprovação de reformas que impactam na redução dos juros, como a da Previdência, e geram emprego e renda, como a Tributária. A carga tributária chega a 35% do PIB no Brasil, por isso a Reforma é indispensável para simplificar e reduzir os impostos pagos no país.

A agenda econômica proposta pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, busca equilibrar as contas públicas e impulsionar o investimento privado. Se for destravado o imbróglio fiscal, principalmente por meio da Reforma da Previdência, e as reformas microeconômicas saírem do papel, a perspectiva é de volta do crescimento econômico.

Em Santa Catarina, o novo governador também precisará de muita eficiência na gestão: a dívida pública ultrapassa os R$ 19 bilhões, que corresponde a quase 90% da arrecadação no Estado. Vai precisar fazer mais com menos.

Em 2019, portanto, os desafios serão grandes, mas a perspectiva de mudança nos anima. O PIB apresentará resultados melhores, as vendas continuarão o processo de recuperação e os juros devem se manter nos menores patamares dos últimos anos. Nesta virada do ano, a Fecomércio SC renova seu compromisso de permanecer na linha de frente das decisões que afetam os setores de comércio, bens e serviços, grandes motores da economia catarinense. Seguiremos representando os empresários e sindicatos patronais de maneira propositiva para tornar o ambiente de negócios melhor e mais competitivo.

Originalmente publicado no Noticenter, em 19.12.2018

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