Medidas do BC para aumentar crédito podem ter baixo impacto

Atualizado em 21 agosto, 2014

O Banco Central (BC) editou na quarta-feira, dia 20, dois normativos, complementares aos anunciadas no dia 25 de julho, dando prosseguimento à desmontagem de medidas que aumentaram recolhimentos compulsórios e exigência de capital dos bancos, a partir de 2010, para conter a então acelerada expansão do crédito. Em resumo, as medidas adotadas ampliam a oferta de crédito no sistema financeiro brasileiro.

A nova flexibilização de compulsórios libera cerca de R$ 10 bilhões para o sistema financeiro. Sendo que as medidas adotadas em 25 de julho já representavam liberação de R$ 30 bilhões.

Foi elevado de 50% para até 60% o percentual de recolhimento obrigatório que poderá ser cumprido pelos bancos via contratação de novas operações de crédito e por meio da compra de carteiras de crédito de pessoas jurídicas e físicas originadas pelas instituições elegíveis.

Há também novos incentivos para a ampliação de carteiras de crédito para o segmento de veículos e compra de Letras Financeiras que tenham sido adquiridas de instituições elegíveis até o montante relativo à posição de 25 de julho de 2014.

Entre as ações anunciadas, também está a de que a autoridade monetária reestabeleceu em 75% o fator de ponderação de risco (FPR) para todas as operações de crédito de varejo, independentemente do prazo, em consonância com as diretrizes de Basileia.

Posição da Fecomércio

A Fecomércio SC considera que, no varejo, a medida visa enfrentar a forte desaceleração nas concessões de crédito e, por consequência, nas vendas do setor, que ocorre desde o início de 2013. Entretanto, as famílias atingiram seu teto de endividamento, o que pode inviabilizar tal efeito, ou seja, poucos impactos serão verificados. Isso ocorre mesmo que não haja risco de inadimplência dos consumidores, já que a situação financeira é segura (renda em crescimento) e o risco sobre o emprego é praticamente nulo em 2014.

Mesmo assim, as medidas adotadas pelo BC são consideradas positivas, já que um panorama recessivo vem se desenhando na economia brasileira e as perspectivas da inflação no segundo semestre diminuíram. Entretanto, o grau de impacto deve ser pequeno, tendo em vista que, além do que já foi levantado sobre o endividamento familiar, os elevados juros da economia brasileira tendem a fazer com que os bancos prefiram alocar esses novos recursos em títulos públicos, que oferecem menos risco e alta remuneração. O problema da oferta de crédito no Brasil também se dá pela expectativa de que tenhamos uma piora do cenário econômico em 2015, fazendo com que os bancos venham precificando esse agravamento do cenário através do aumento dos juros, da ampliação das exigências nos empréstimos e da piora nas condições de pagamento.
 

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