Pesquisa da Fecomércio SC aponta estabilidade do mercado imobiliário da Capital em 2014

Atualizado em 29 janeiro, 2015

A Pesquisa do Mercado Imobiliário (PMI) de Florianópolis, realizada entre os meses de abril a dezembro de 2014, pela Fecomércio SC/Câmara Empresarial do Mercado Imobiliário, registrou uma suave tendência de decréscimo na comercialização de imóveis e uma tendência à estabilidade nas locações. Para a Fecomércio SC, esta estagnação do mercado pode estar atrelada à desaceleração da economia, à redução no volume de negócios e ao endividamento das famílias. Também fatores sazonais, como as incertezas causadas pelas eleições, atuaram para comprimir o volume de negócios.

Para a Fecomércio SC, essa tendência à estabilidade indica que o período de forte valorização dos preços dos imóveis para locação e venda, tanto comerciais, quanto residenciais, observado nos últimos 10 anos (e que ganhou força a partir de 2008, impulsionado por um aumento do nível de renda das famílias e, sobretudo, por uma elevação expressiva do crédito), está chegando a um final.

Para os próximos anos, é possível afirmar que os imóveis, em termos gerais, apresentarão níveis reduzidos de valorização, com longos períodos de estabilidade e até certas quedas em momentos específicos, especialmente em períodos de aperto monetário, isto é, de elevação das taxas de juros e de contingenciamento fiscal. Fatores que acontecerão algumas vezes ao longo de 2015, de maneira mais proeminente neste primeiro semestre do ano.

Locação

De acordo com a pesquisa, que tem o apoio do Sindicato da Habitação (Secovi), o mercado de locações de Florianópolis apresentou um crescimento muito sutil que pode ser considerado uma tendência à estabilidade, passando de R$ 25,28 o preço do metro quadrado, em abril de 2014, para R$ 25,57 em dezembro. Os tipos de imóveis que apresentaram maior crescimento foram as quitinetes e as casas de 3 dormitórios; as casas de 4 dormitórios apresentaram pequena tendência de redução do preço do metro quadrado.

Segundo dados do último Censo do IBGE, o município de Florianópolis conta com mais de 147 mil domicílios particulares permanentes. Destes, cerca de 70% são próprios e 26% alugados (mais de 38 mil unidades). A parcela de domicílios em imóveis alugados no município de Florianópolis supera em quase 8 pontos percentuais a média nacional, que é de 18%.

Assim como os imóveis residenciais, os imóveis comerciais para locação revelaram um crescimento muito pequeno, corroborando a tendência à estabilidade na evolução do preço do metro quadrado. O valor do metro quadrado para locação de lojas foi o responsável pelo maior crescimento, além de ostentar o maior índice do grupo (R$ 41,27/m²). Os demais tipos de imóveis comerciais analisados, como casas e salas comerciais, seguem a mesma tendência a estabilidade.

Venda

No período de abril a dezembro de 2014, o mercado de venda de imóveis em Florianópolis apresentou uma pequena queda no índice geral de preços do metro quadrado (passando de R$ 4.649,71 para R$ 4.273,95). O imóvel residencial foi o principal responsável pela redução do índice de preços do metro quadrado de imóveis para comercialização. Os apartamentos de 1, 3 e 4 dormitórios e casas de 4 dormitórios foram os tipos de imóveis responsáveis pela queda.

O índice de preços do metro quadrado de imóveis residenciais para venda destaca os cinco bairros mais valorizados de Florianópolis: Centro (R$ 5.253,82), Jurerê (R$ 5.233,31), João Paulo (R$ 5.231,13), Abraão (R$ 5.205,48) e Agronômica (R$ 5.137,41). A posição no ranking dos preços do metro quadrado destes bairros foi alterada ao longo do período da pesquisa, mas, mesmo assim, os cinco permanecem como os de maior valor.

Dos principais bairros residenciais universitários de Florianópolis, Carvoeira (R$ 4.381,72), Córrego Grande (R$ 4.426,32) e Itacorubi (R$ 5.079,64) apontam para crescimento, enquanto que Pantanal (R$ 4.295,99) e Trindade (R$ 4.372,71) apontam para pequena queda.

A evolução do índice de preços do metro quadrado de imóveis comerciais, que vinha mostrando pouca expansão até outubro de 2014, apresentou uma breve recuperação nos meses de novembro e dezembro, principalmente nos imóveis do tipo sala. Mas as lojas comerciais foram responsáveis pela maior tendência de crescimento deste grupo de imóveis.

Rentabilidade

Os índices de rentabilidade de imóveis comerciais e residenciais mantiveram-se estáveis ao longo do período analisado. Apesar do pico apresentado no mês de outubro para imóveis comerciais, impulsionado pelo aumento do preço do metro quadrado para locação de salas comerciais, estes valores retornaram à média nos meses de novembro e dezembro, atenuando a tendência de crescimento. Quanto aos imóveis residenciais, apesar da suave tendência de queda no valor de comercialização, a rentabilidade não foi afetada. O preço médio de locação equilibrou este índice e alcançou seu ponto máximo (0,45) no mês de novembro.

Aumento nas taxas

O aumento das taxas de juros para o crédito imobiliário anunciado pela Caixa Econômica Federal – banco cujas taxas servem como um piso ao setor, ou seja, é esperado que os outros bancos também reajustem suas taxas – e a elevação do IOF serão mais dois elementos que conterão uma grande valorização dos imóveis muito acima dos demais investimentos, a partir de 2015.

Assim, passamos por um momento de inflexão no patamar de preços. Os imóveis tenderão a seguir um nível de valorização mais realista e condizente com o crescimento da economia e valorização dos investimentos como um todo.

Confira a pesquisa completa.

Leia também

ECONOMIA 28 março, 2024

Setor de serviços catarinense inicia o ano com resultados positivos

ECONOMIA 25 março, 2024

Vendas no varejo catarinense caem 1,0% em janeiro

INSTITUCIONAL 25 março, 2024

Sindilojas promove primeira sessão de negócios do ano em parceria com entidades locais

INSTITUCIONAL 20 março, 2024

Fecomércio SC e Inovativos lançam e-book para impulsionar negócios com inteligência artificial generativa