Crescimento de 6% do turismo em agosto minimiza queda dos serviços em Santa Catarina

A queda na demanda das empresas, governo e famílias por serviços em todo o país fez com que o setor tivesse resultados negativos nos últimos dois anos. Em agosto, o recuo da receita nominal foi de 2,3% em Santa Catarina, frente ao mesmo mês do ano passado, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira (19) pelo IBGE.  No acumulado de 12 meses, o faturamento recuou 1,1%, segunda baixa desde o início da série histórica, em 2012.

No Brasil, a receita nominal registrou alta de 2,2% na comparação com agosto de 2015, puxada especialmente pelo desempenho do setor turístico. A taxa acumulada de setembro de 2015 a agosto de 2016 foi de 0,2%. O destaque positivo do mês foram as atividades turísticas, que cresceram 2,6% no Brasil e 6% em Santa Catarina na comparação com agosto de 2015. Os Jogos Olímpicos contribuíram para alavancar o segmento em todo o país e minimizar a tendência de queda.

Nos últimos 12 meses também houve uma leve alta tanto em nível nacional, quanto estadual. No Brasil, a taxa está em 0%, contra os -0,3% de julho. Santa Catarina atingiu -0,6%, após registrar -1,3% no mês anterior.

O setor é um dos mais importantes na composição do PIB e sofre influência de diversos fatores, como o nível de emprego, renda das famílias, comportamento da indústria, volume de vendas no comércio e contratações de serviços pelo governo, que foram paralisadas com os cortes orçamentários. “Os serviços em SC foram impactados pela desaceleração do comércio e da indústria, onde o volume de vendas encolheu 7,9% e a produção industrial 6,7% no acumulado de 12 meses. Os números negativos foram puxados pelos transportes, que pesam na composição do índice geral e registraram queda de 6,5% na comparação com agosto de 2015. Como menos produção para escoar, o transporte de cargas diminui”, explica o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova.

Leia mais: Vendas caem 4,1% em agosto, mas varejo catarinense começa reagir

Conforme ele, o resultado preocupa visto que este é 20º mês em Santa Catarina e o 27º no Brasil em que o faturamento do setor situa-se abaixo da inflação. Isto significa que a variação da receita nos cinco segmentos que compõe o setor é menor do que o aumento dos custos no período.

O sinal positivo para o setor vem do mercado de trabalho: em agosto houve a criação de 1.943 empregos formais. Depois de uma sequência de fechamento de vagas, a expectativa da Federação é desaceleração do desemprego e contratação de trabalhos temporários com a proximidade das festas de fim do ano e o verão.