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Festa do Pinhão 2017: alta no faturamento dos hotéis e no comércio aquece economia da Serra

Atualizado em 26 junho, 2018

Pesquisa traz perfil do turista, avaliação do evento e impactos na cidade

Os resultados da Festa Nacional do Pinhão em 2017 apontam que a 30ª edição do evento, prevista entre 25 de maio e 3 de junho de 2018, deve movimentar a economia catarinense e impulsionar os negócios na Serra. Neste ano, a alta no faturamento do setor hoteleiro (49,5%) e no comércio (7,8%) foi bastante positiva na comparação com os meses comuns. Já em relação a 2016, o crescimento nos hotéis foi de 39,1% e mais tímido (1,1%) no varejo, porém quebrou um ciclo de baixo desempenho, conforme a pesquisa da Fecomércio SC. Os dados levantados com visitantes, turistas e empresas foram apresentados às autoridades, empreendedores e imprensa local, nesta segunda-feira (17), em Lages.

Veja a pesquisa na íntegra

A 29ª edição reuniu cerca de 300 mil pessoas em 10 dias de programação, com 60 shows nacionais e locais, tradicionalismo e gastronomia, no Parque Conta Dinheiro, em Lages. Conforme o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, a festa já se consolidou no calendário nacional e hoje contribui para desenvolvimento da região. “Os dados da Pesquisa são bastante relevantes para avaliar o evento sob a ótica do público, sobretudo para a tomada de decisão dos empresários. Os impactos econômicos na Serra são muito expressivos e refletem a mudança que vem acontecendo na cidade, como a chegada do shopping, novos voos e empreendimentos. Este ano, por exemplo, a movimentação financeira com a Festa do Pinhão ajudou na recuperação da cidade, que havia sido atingida pelas fortes chuvas”, comenta Breithaupt.

Metade dos empresários ou responsáveis pelos estabelecimentos comerciais considerou o movimento “muito bom” e “bom”, acima dos resultados de 2016 (37,5%) e 2014 (44,8%). Outro termômetro da festa é a contratação de funcionários para atender o aumento da demanda. No comércio, cerca de 12% reforçaram o time de colaboradores este ano, diante dos 5,1% em 2016.  No setor hoteleiro, o índice chegou a 40,9%, a maior taxa dos últimos anos. Em 2016, apenas 10% haviam contratado temporários.

Os reflexos no caixa das lojas também mostram o início da retomada do varejo, em contraponto ao encolhimento na receita em 2016 (-7,4%), 2014 (6%) e 2013 (-1,6%). O ticket médio no comércio, durante o período da festa, foi de R$ 128,65. O gasto foi maior em lojas de artesanato e souvenir (R$ 378,57), à frente dos setores de calçados e vestuário (R$ 321,50 e R$ 305,58 respectivamente). Na outra ponta, os estabelecimentos com preços mais baixos, como padarias e farmácias, registraram gastos médios de R$19,77 e R$33,39.

Já no setor hoteleiro, o ticket médio foi o mais alto da série histórica (R$ 276,36), puxado principalmente pela ampliação no tempo de permanência do cliente que veio a festa. Vale ressaltar que o ticket médio nos estabelecimentos leva em conta também o movimento normal do estabelecimento.  O avanço na ocupação dos leitos (83,3%) também está relacionado ao aumento de turistas que ficaram hospedados em Lages ou em alguma cidade da região. Nos anos anteriores, cerca de 30% afirmaram que não dormiriam no local.

Somando os gastos por turista, durante o evento, a média foi de R$ 827,38, entre hospedagem (R$ 445,67), considerando todos os meios disponíveis, comércio (R$ 329,37), alimentação e bebidas (R$ 266,51) e os com transporte (R$ 185,07).

Perfil do público

A pesquisa aponta novamente um equilíbrio no público feminino e masculino, com 62,3% de visitantes locais (entre eles, 55,9% lageanos) e 37,7% de turistas (96,3% catarinenses e 2,7% entre gaúchos e paranaenses). Entre os visitantes (moradores das cidades próximas), os principais frequentadores foram os jovens de 18 a 25 anos (49%), seguido pelos participantes de 26 a 30 anos (20,3%) e de 31 a 40 anos (17%).

A fatia do público local mais jovem vem crescendo: 26,6% em 2013, 24,5% em 2014, 35,3% em 2016. A ordem muda entre os turistas: 18 a 25 anos e 31 e 40 anos com um ¼ do público cada e 26 a 30 anos com 18,1%. Embora o perfil socioeconômico tenha oscilações ao longo dos anos, a maioria dos visitantes e turistas pertence à classe média. Em 2017, a maior parte do público ficou concentrada nas faixas de renda média mensal familiar de R$ 1.893 a R$ 4.730.

Uma mudança no padrão de hospedagem interferiu nos resultados: historicamente, os imóveis de parentes e amigos (55%) são os mais utilizados, seguido por hotéis e pousadas (somam cerca de 30%). Este ano, porém, o indicador ‘ não dormiu na região’ zerou e cresceu o índice de hospedagem em casa de família (5,7%), como Airbnb, e a locação de imóveis (4,4%).

Avaliação da qualidade

O Protocolo Tourqual®, ferramenta de avaliação dos serviços turísticos, foi utilizado pela pesquisa pela primeira vez para ponderar quinze atributos, com notas de 1 a 5. O item melhor avaliado foi o ‘elemento humano’, que leva em conta a hospitalidade, atenção e conhecimento técnico, com média de 4,22.

“Analisando todas as categorias avaliadas sobre a Festa, a pontuação ficou próxima do “bom” (3,89), o que sugere algumas oportunidades de melhoria por parte da organização do evento”, pondera Breithaupt.

As notas mais baixas foram para a qualidade técnica (3,79), que engloba preços dos ingressos (2,97) e sinalização para chegar ao local do evento (3,69), e acesso (3,82), que considera, entre outros quesitos, a percepção sobre os banheiros (3,63) e a acessibilidade para pessoas com deficiência (3,33), a avaliação mais baixa entre os indicadores.

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