ECONOMIA

Inflação no acumulado de 2017 é a menor desde 1998

Atualizado em 10 janeiro, 2018

A inflação brasileira em 2017 ficou abaixo do piso da meta estipulada pelo Banco Central (3,0%), fato inédito desde o início do sistema de metas de inflação, em 1999. Após recuar de 0,42% em outubro para 0,28% em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a subir em dezembro (0,44%), registrando a maior variação de 2017. No mesmo período em 2016, o índice foi de 0,30%.

No acumulado do ano, os preços subiram 2,95%, 3,34 p.p. abaixo dos 6,29% registrados no ano anterior. Esta foi a menor taxa desde 1998 (1,65%). O INPC de dezembro foi de 0,26%, fechando o ano em 2,07%- o menor acumulado desde a implantação do Plano Real.

O avanço de dezembro foi influenciado, principalmente, pela aceleração na taxa dos Transportes (de 0,52% para 1,23%) e dos grupos Alimentação e Bebidas (de -0,38% em novembro para 0,54% em dezembro). Depois de sete meses consecutivos de variação negativa nos grupos, a mudança nos preços deveu-se ao aumento da alimentação consumida em casa, que passou de -0,72% para 0,42%. Durante o ano, a safra agrícola 30% maior do que em 2016 produziu deflação recorde nos preços dos alimentos, que correspondem a um quarto do IPCA. No INPC, o peso dos alimentos é ainda maior, pois leva em consideração famílias que ganham até 5 salários mínimos.

A alta no preço das passagens aéreas (22,28%) e da gasolina (2,26%) também impactou, visto que os dois itens representaram 41% do IPCA. No grupo Vestuário (0,84%), os destaques ficaram com os itens roupa masculina (1,27%), roupa infantil (1,05%), roupa feminina (0,71%) e calçados (0,69%).

De acordo com o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova, a inflação baixa no ano não é necessariamente positiva, pois é resultado da queda da demanda do consumidor. “O Banco Central deverá justificar o não cumprimento do objetivo inflacionário para 2017. O desemprego elevado e as altas taxas básica de juros também explicam o recuo do índice. O ritmo de queda da Selic poderia ser mais acentuado para provocar a maior expansão do crédito, reativar a demanda, o emprego e o crescimento econômico, reposicionando, por fim, a inflação dentro da meta”, analisa. Segundo o economista, a expectativa é que a inflação retorne a meta de 4,5% em 2018, impulsionado pelo processo de recuperação da economia, sobretudo pela alta no volume de vendas do comércio, e pela retomada do emprego.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,26% em dezembro e ficou 0,08 p.p acima da taxa de novembro (0,18%). Com este resultado, o acumulado em 2017 foi para 2,07%, bem menor do que os 6,58% registrados em 2016- também a menor taxa acumulada no ano desde a implantação do Plano Real. Em dezembro de 2016, o INPC registrou 0,14%.

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