Queda no consumo puxa PIB para baixo no segundo trimestre de 2016
O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2016 (-0,6%) é a sexta variação negativa consecutiva, mas a retração é menor em relação ao ano passado. No entanto, a recuperação do crescimento econômico ainda não pode ser visualizada. Na comparação com igual período de 2015, a variação também foi negativa (-3,8%). No acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB registrou queda de 4,9%. Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre de 2016 alcançou R$ 1,5 trilhão.
O comércio também recuou menos que os resultados de 2015. Contudo, a queda de -0,8% ainda é intensa, fruto da perda de 68 mil estabelecimentos do comércio no País no primeiro semestre do ano. “Fatores como aumento do desemprego, queda da renda e juros em elevação contribuíram para a queda no consumo, principal indicador que puxou o PIB para baixo no segundo trimestre deste ano”, explica o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.
Até meados de 2013, o consumo das famílias vinha apresentando bons resultado e isso estimulava o crescimento econômico. No entanto, a reversão desse indicador- que representa 63% do PIB- para uma tendência de queda em 2014 passou a influenciar negativamente o resultado da economia e as vendas do comércio. O volume de vendas teve variação negativa (-7,9%) no acumulado de 12 meses em Santa Catarina.
Destaque para a recuperação do investimento, que apresentou variação positiva (0,4%) na comparação com o trimestre imediatamente anterior, após dez trimestres consecutivos de resultados negativos.
“Para este ano espera-se um retração da economia na ordem de -3,5%, menos do que se previa no início do ano. Contudo, o resultado ainda pode ser menos negativo caso a instabilidade política, que prejudica os investimentos, e medidas para racionalizar os gastos públicos, como a que limita o crescimento do gasto à inflação, sejam efetivadas”, finaliza Breithaupt.