ECONOMIA
Queda de 3,4% no mês interrompe a retomada no volume de serviços em Santa Catarina
Em março de 2021, o volume de serviços de Santa Catarina recuou 3,4% frente ao mês anterior e interrompeu a retomada gradativa do setor, resultado que classifica o Estado como a terceira maior taxa negativa no mês em comparação com as demais unidades federativas. Desde abril de 2020, quando as atividades tiveram queda de 14,4%, a média de crescimento mensal (Mai.20 até Fev.21) foi de 3,27%, entretanto, esses movimentos positivos foram insuficientes para sanar as perdas acumuladas dos últimos 12 meses que permanecem negativas em 1,4%.
O 1º trimestre do ano foi positivo, acréscimo de 9,4% frente a igual período do ano anterior, efeito adverso ao se comparar com o ritmo nacional, que encerrou março com queda de 0,8% no ano. Entretanto, a retomada das atividades não são lineares e diversos segmentos que tiveram restrições por longos períodos de tempo ainda sofrem efeitos negativos, à exemplo do Serviços Prestados às Famílias que apresenta queda de 18,70% no ano 2021.
Entre os setores investigados na pesquisa, no acumulado de 12 meses, duas das cinco atividades persistem com resultados negativos, com destaque para a diminuição de 29,60% aos serviços prestados ás famílias, seguidos pelos serviços de informação e comunicação com perdas de 2,9%, já outros serviços apresentam estagnação e o setor de transporte, serviços auxiliares aos transportes e correio leve alta de 0,7%.
O recrudescimento da pandemia e das restrições legais, além da lenta perspectiva da vacinação em larga escala para a população tem levado incertezas sobre a retomada da economia e são fatores que devem ter motivado os efeitos negativos no volume de serviços em março. O fim do auxílio emergencial em 2020 e a retomada somente em abril desse ano também pode ter levado a redução das atividades. O mercado de trabalho reforça o impacto negativo e as incertezas sobre o setor de serviço, em março, houve a perda de 2.658 pontos de trabalhos no segmento de alojamento e alimentação, com destaque negativo para restaurantes e similares (-1.206), hotéis (-783) e lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares (-514).
Ainda, a retomada gradual e lenta dos serviços também é verificada pela desaceleração da inflação no setor em abril, com variação de apenas 0,05% frente ao mês anterior, encerrando acumulado do ano em 0,8%. Segundo o IBGE não há pressão da demanda no setor de serviços, resultado, especialmente, do isolamento social causado pelas medidas de restrição por causa do agravamento da pandemia de COVID-19.
TURISMO
O panorama das atividades turísticas em Santa Catarina permanece com elevado impacto em virtude das medidas de restrições de atividades impostas para o controle e diminuição da propagação do COVID-19. Em março, o volume de atividades turísticas acumula queda de 35,2% nos últimos 12 meses em Santa Catarina e, os dados não mostram sinais de recuperação em curto prazo, especialmente, pela variação negativa de 26,2% frente ao mês de fevereiro.
Ao analisar a variação mensal comparado ao mesmo período do ano anterior o volume das atividades turísticas encerra março com redução de 16,5%, tendência negativa seguida desde março de 2020. No ano de 2021, as perdas chegam ao patamar de 22,6%. Esse movimento negativo reflete também na queda das receitas nominais geradas pelo setor, que acumulam drástica redução de 37,0% no acumulado dos 12 meses.
Cenário extremamente preocupante também é visível na movimentação dos postos de trabalho no Estado de Santa Catarina. Com base nas informações divulgadas pelo Novo Caged e considerando as atividades características do turismo (ACT), definidas segundo Organização Mundial do Turismo e Ministério do Turismo, os impactos são negativos na geração de postos de trabalho desde o início da pandemia no Estado (mar/20 até mar/21), com fechamento de 13.517 postos de trabalho.
Acompanhe o indicador: