ECONOMIA

Copom aumenta taxa Selic para 3,5% e sinaliza nova alta

Atualizado em 13 dezembro, 2021

O Comitê de Política Monetária (Copom) deliberou, por unanimidade, a continuidade da normalização parcial da política monetária, assim, a taxa passa de 2,75% para 3,5% ao ano, acréscimo de 0,7 pontos percentuais. A Selic iniciou um ciclo de redução em meados de 2016 (14,25% a.a.) até atingir mínima histórica em agosto de 2020 (2,0% a.a.).

Importante destacar que o comitê sinalizou nova alta em igual magnitude para a próxima reunião, marcada para dia 15 e 16 de junho, podendo alcançar 4,75% ao ano.  A expectativa do mercado financeiro (relatório Focus) é que SELIC encerre 2021 em 5,5% e 2022 em 6,25%.

O cenário de risco inflacionário está atrelado ao eventual descontrole das contas públicas e seu impacto no endividamento, assim como na descontinuidade das agendas de reformas no Congresso. A comissão especial que tratava da reforma tributária foi dissolvida durante esta semana, tornando seu destino incerto. Além disso, as incertezas crescentes em relação recrudescimento da pandemia e a velocidade da vacinação seguem norteando o risco da inflação e os efeitos sobre a continuidade do retorno das atividades econômicas.

O aperto na política monetária tem como objetivo assegurar o cumprimento da meta da inflação, definida em 3,75% em 12 meses, com intervalo de tolerância de 2,25% e 5,25%. Em março, a inflação oficial, medida pelo IPCA, acumula alta de 6,1% em 12 meses, resultado que infringe o limite máximo da meta de inflação. De um lado, esse acréscimo é motivado pela persistente dinâmica elevada dos preços de commodities, que influencia o preço dos insumos de produção de alimentos e bens industriais, especialmente através de seus efeitos sobre os preços dos combustíveis.  Esse resultado foi apresentado em março com o acréscimo dos combustíveis (veículos) em 11,23% comparado com fevereiro e acumulação de 23,26% em 12 meses. Além disso, os choques internos de demanda e oferta têm elevados os itens de alimentos e transporte, assim como os preços administrado, que devem sofrer novo reajuste em virtude da decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de acionar a bandeira tarifária patamar 1 em maio.

Esse aumento resulta no encarecimento do crédito, o que desestimula o consumo e os investimentos. Além disso, tem impacto direto no custo das operações de crédito que estão indexadas SELIC e nas parcelas de empréstimos, à exemplo o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que condicionava o empréstimo a taxa de juros de 1,25% a.a. + Selic.

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