ECONOMIA

Inflação acelera em maio e permanece acima do teto da meta

Atualizado em 10 junho, 2021

A taxa da inflação oficial, medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou na passagem do mês ao subir 0,83% em maio, após marcar 0,31% em abril.  Esse resultado é o maior patamar desde 1996 (1,22%) e fica acima das expectativas de mercado, que apontavam alta de 0,71% (Valor Data).

No acumulado de 12 meses, a inflação alcança 8,06%. Esse resultado infringe o limite máximo da meta de inflação definida para 2021 de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais, para mais ou para menos. No ano, o IPCA acumula alta de 3,22%, maior resultado para o ano desde 2016, quando a inflação registrada foi de 4,05%.

A permanência dos níveis de preços em alta reforça a tendência de redução dos estímulos monetários  com a elevação da taxa  SELIC. No momento atual, a Selic está em 3.75% ao ano, mas o Banco Central já sinalizou a permanência no movimento de alta na próxima reunião, que ocorre entre os dias 15 e 16 deste mês. Esse resultado pode ter efeitos negativos para os fluxos de investimentos e reduzir a retomada econômica ao encarecer o crédito, além de pressionar negativamente as perspectivas atuais dos empresários, especialmente, aqueles que tomaram créditos pós-fixados atrelados à SELIC.

Dentre os noves grupos de produtos e serviços pesquisados, todos tiveram alta na passagem de abril para maio.  Os maiores impactos foram do grupo de habitação (1,78%) e transporte (1,15%).

Já no acumulado dos 12 meses, o grupo de alimentos e bebidas (12,54%), artigos de residência (12,59%), transportes (14,94%) e Habitação (7,58%) registraram as maiores altas. Apenas o grupo da Educação (1,11%) apresentou deflação neste período.

Reflexos na habitação

Quanto ao setor de Habitação, o resultado foi impulsionado pelos preços de energia, que deram um saldo de 5,37% em maio, reflexo do aumento da tarifa de energia que passou a vigorar em maio a bandeira tarifária vermelha patamar 1. Ainda, a potencial crise energética é um risco no horizonte que pode afetar diretamente a inflação no curto prazo com a redução da geração hidrelétrica e aumento da produção termelétrica, em virtude da redução dos principais reservatórios. Essa situação já foi refletida em Junho, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou novo aumento  tarifa de energia, ao acionar  bandeira tarifária vermelha patamar 2, a mais cara dentre as escalas tarifárias.

Impactos no transporte

Do lado dos transportes, a gasolina teve aumento de 2,87%, após os preços recuarem em abril (-0,44%). No ano, o combustível acumula alta de 24,70% e, em 12 meses, de 45,80%. Apesar de uma leve redução da taxa de câmbio de 3% em maio, passando de R$/US$ 5,40 para R$/US$5,23, a permanência do patamar elevado e da valorização do barril de petróleo no mercado internacional mantém pressionado preço do combustível. Em maio, o barril de petróleo chegou ao patamar US$ 69,32, acréscimo de 36% frente ao valor do início do ano corrente (US$ 51,09).

Os impactos principais do mês  são oriundos de preços monitorados- energia elétrica e combustível- assim, os efeitos da retomada econômica e da possível pressão da demanda sobre os preços foram poucos visíveis. Esse resultado  é reflexo do alto desemprego do país, que atingiu 14,7% no 1º trimestre 2021, do poder de compra reduzido e a deflação no grupo de serviços, que foi de 015% em maio, após leve variação em abril.

Preços acelerados

O atual nível de preço é um fator que pode retardar o retorno das atividades econômicas, pois reduzem o espaço para o consumo e os gastos das famílias tendem a caírem. Em maio, a intenção de Consumo das Famílias catarinenses está em patamares pessimistas. O nível de consumo atual das famílias reforçou as perdas no ano ao renovar mais uma vez a mínima histórica da série (21,2 pontos) em maio, queda de 72,3% em relação ao mesmo período do ano passado. As perspectivas de consumo das famílias para os próximos meses também permanecem em ritmo pessimista, ao situar-se no mês em 41,8 pontos.

Confira AQUI ou abaixo o painel com os índices de preço:

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