ECONOMIA

Inflação avança e pesa no orçamento das famílias

Atualizado em 10 agosto, 2021

A taxa da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou em julho (0,96%) diante do mês anterior (0,53%).  Esse resultado é o maior patamar desde 2002 (1,19%) e fica acima das expectativas de mercado, que apontavam alta de 0,95% (Valor Data) na passagem do mês.

No acumulado de 12 meses, a inflação avançou e chegou a 8,99%. Esse resultado infringe o limite máximo da meta de inflação definida para o ano de 2021, que foi de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais, para mais ou para menos. No ano, o IPCA acumula alta de 4,76%, maior resultado para o ano desde 2016, quando a inflação no primeiro semestre foi de  4,96%.

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Reflexos na habitação, transporte e alimentos

Dentre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em comparação ao mês anterior.  Os maiores impactos foram do grupo de habitação (3,10%),  transporte (1,52%) e Alimentação e Bebidas (0,6%). Além disso, esses grupos da cesta de produtos sofrem forte aceleração no acumulado de 12 meses, com alta de 15,9% no transporte, 13,25% alimentação e bebidas e 11,21% habitação.

Quanto ao setor de Habitação, o resultado foi impulsionado pelos preços de energia, que deram um saldo de 7,88% na passagem do mês e acumula alta de 20,09% em 12 meses. A potencial crise energética é um risco no horizonte que pode afetar diretamente a inflação no curto prazo com a redução da geração hidrelétrica e aumento da produção termelétrica, em virtude da redução dos principais reservatórios. Essa situação já foi refletida em junho, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou reajuste da tarifa vermelha patamar 2 em 52% a partir de julho, alegando aumento do custo da geração de energia por causa da crise hídrica.

Além disso, no campo da habitação há reflexos no item gás de botijão, com alta acumulada de 29,29% em 12 meses e crescimento de 4,17% no mês. Já o gás encanado o aumento foi de 13,93% em 12 meses.

Do lado dos transportes, os combustíveis (veículos) voltaram a apresentar aceleração de 1,24% no mês, após  desacelerarem em junho (0,87%) em relação ao mês de maio (4,22%). No acumulado de 12 meses, o combustível tem alta de 41,30% e no ano de 28,27%. Em julho a taxa de câmbio forçou a elevação dos combustíveis, interrompendo o movimento de redução do mês anterior (-3,0%), ao avançar 2% passando de R$/US$ 5,01 para R$/US$5,12. Além disso,  a permanência do patamar elevado e da valorização do barril de petróleo no mercado internacional mantém pressionado preço do combustível. Em julho, o barril de petróleo chegou ao patamar US$ 76,33 acréscimo de 49,4% frente ao valor do início do ano corrente (US$ 51,09).

Intenção consumo das famílias catarinenses

A Intenção de Consumo das Famílias Catarinenses (ICF) vem apresentando sinais de recuperação nos últimos meses, apesar de se situar em patamar negativo. Entretanto, dentre os indicadores que compõem o ICF, sinais de alerta são verificados e podem minimizar a retomada das atividades econômicas, especialmente quanto ao nível de consumo atual das famílias, que diminuiu 15,89% na passagem do mês  de julho e renovou mínima histórica ao atingir 16 pontos. Em julho, 87,8% dos entrevistados indicaram estar comprando menos. Este resultado pode ser reflexo da aceleração dos níveis de preços, que reduz o poder de compra dos consumidores.

Observa-se que os principais impactos dos preços pesam sobre o orçamento das famílias no acumulado dos últimos 12 meses, pois estão vinculados a produtos essenciais, sobretudo, na alimentação dentro do domicílio (16,04%) e em despesas do cotidiano das famílias como a energia elétrica (20,09%), gasolina (41,30%), gás de botijão (29,29%) e acesso a internet (8,51%).

Confira os dados dinâmicos:

 

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