ECONOMIA

Seminário do COFEM traz economistas para debater propostas de Reforma Tributária

Atualizado em 12 novembro, 2019

Os economistas Bernard Appy, mentor de projeto da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, e Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentaram propostas de reforma tributária e os principais pontos da PEC 45/19, que está em discussão no Congresso Nacional, durante o seminário regional promovido pelo Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (COFEM) e pelo deputado Celso Maldaner, nesta segunda-feira (11), na Fiesc, em Florianópolis.

A necessidade de simplificação do atual sistema tributário e os reflexos no Produto Interno Bruto (PIB) do país foram destacados pelos dois economistas e pelo COFEM. Confira a galeria de fotos

“Os benefícios da mudança no sistema tributário são monumentais. Estamos falando, com certeza, de um impacto superior a 10 pontos percentuais no PIB potencial. Além disso, haverá aumento do poder de compra da população, redução no custo do investimento e eliminação de distorções competitivas. Quando a gente entende que o impacto sobre o crescimento é muito grande, aí passa a ser um jogo de soma muito positivo e que, no agregado, todos ganham. E isso facilita muito para construir o apoio para a reforma tributária”, pontuou Bernard Appy.

Já Paulo Rabello de Castro afirmou que a PEC 45/19 tem “deficiências” e citou como exemplo o longo sistema de transição (de cinco a dez anos), falta de clareza sobre os níveis efetivos das alíquotas, ausência de mecanismo de contenção de despesas e nenhuma solução prática para a desoneração da folha. “É obvio que quanto mais clara for a proposta, quanto mais mobilizadora na própria sociedade, mais rapidamente o Congresso enxergará qual proposta tem que ser vencedora”, afirmou.

Para o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, que falou em nome do COFEM no seminário, a reforma tributária é essencial para que o país volte a crescer. “A forma como se arrecada impostos no Brasil é extremamente burocrática e onerosa, além de induzir a perda de competitividade de quem produz. A desburocratização do ambiente produtivo deve ser questão prioritária do governo”. O Conselho defende a apuração e a arrecadação unificadas, alíquotas únicas ou uniformes, simplificação das obrigações tributárias e não cumulatividade ampla. Também há preocupação sobre como será o tratamento diferenciado e unificado às micro e pequenas.

“Chegamos num grau de distorção no sistema brasileiro, especialmente no caso do ICMS e do PIS/Cofins, IPI e ISS, em que é basicamente impossível melhorar os tributos atuais. Então o recado é: quer fazer uma boa reforma tributária, a melhor forma é substituir os tributos atuais por um novo imposto feito com base nas melhores práticas internacionais”, recomendou Appy, .

Segundo Rabello de Castro, a primeira característica que precisa ser observada é a simplificação efetiva do sistema. “Hoje vivemos um manicômio. Estamos entupidos de tributos por todo o lado. Mas não é só prometer que daqui a dez anos tais tributos serão finalmente extintos. A extinção tem que ocorrer no primeiro dia da reforma. Precisamos de uma reforma sobre a qual a sociedade tenha segurança suficiente de passar daqueles tributos que foram deixados para trás, na poeira da história. E a adoção de um conjunto simplificado, uma menor quantidade de tributos, ao mesmo tempo tributos mais fáceis de pagar”, declarou.

O deputado Maldaner, que integra a comissão especial da Câmara dos Deputados sobre o tema, resume: “o sistema tributário atual é falho e injusto. Temos que simplificar. Desburocratização é fundamental para nosso país”.

 

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