Com queda recorde no volume de vendas, varejo em SC fecha mais de 5,5 mil lojas em 2015

Atualizado em 18 fevereiro, 2016

 A queda na renda da população e a restrição ao crédito contribuiram para que o varejo amargasse em 2015 o pior desempenho dos últimos 15 anos em Santa Catarina. O tombo foi maior no varejo ampliado, que inclui setor automotivo e materiais de construção, com recuo de 10,1% no ano passado, frente à média nacional de 8,6%. O volume de vendas do varejo restrito encolheu 3,1% na comparação com o ano anterior, a queda mais acentuada desde 2001, início da série histórica da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE.

A consequência desse cenário foi o fechamento líquido de 5,597 lojas com vínculos empregatícios (saldo entre o número de lojas abertas e fechadas), que corresponde a uma retração de 13,8% em estabelecimentos comerciais que empregam ao menos um funcionário.

“O resultado fraco das venda e o fechamento de lojas é reflexo de uma série de fatores que provocaram a desaceleração no consumo das famílias, interrompendo um ciclo de crescimento do mercado. A alta da inflação derrubou a confiança do consumidor. O acesso ao crédito, que tradicionalmente é a válvula de escape do brasileiro, encareceu a tal ponto que comprometeu a capacidade de consumo, especialmente nos segmentos mais dependentes das compras a prazo”, afirma o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

O segmento que costuma apresentar pouca variação nas vendas – hipermercados, supermercados e mercearias –  teve queda de 4,7% nas vendas em 2015, mostrando que a cautela nos gastos chegou também no consumo de alimentos. Já o único setor com resultado positivo foi o de medicamentos, com alta de 4,9% nas vendas no Estado.

> Confira o volume de vendas por segmento em 2015 e a variação de preços no período

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Variação % no número de lojas em 2015
Santa Catarina fechou mais estabelecimentos do que a média nacional (-13,4%) e menos do que os dois estados do Sul: Paraná (-16,2%) e RS ( -16,4%)

Quebra no ciclo de crescimento

Restrição orçamentária das famílias, elevação dos juros e a gradual retirada dos incentivos via redução do IPI refletiram nos números nacionais. Em todo país, cerca de 95,4 mil lojas (-13,4%) fecharam as portas neste período.

As vendas do varejo restrito encerraram 2015 com queda de 4,3%. O resultado negativo superou até mesmo a queda de 3,7% registrada em 2003, o pior ano do setor até então.

No conceito ampliado, que incorpora os resultados do comércio automotivo (-17,8%) e de materiais de construção (- 8,4), a queda foi de 8,6% nas vendas. Estes segmentos mais dependentes das condições de crédito sentiram diretamente o impacto na variação do número de lojas: Materiais de construção (-18,3%), Informática e comunicação (-16,6%), Móveis e eletrodomésticos (-15,0%) e Comércio automotivo (-14,9%).

O segmento que responde por um em cada três estabelecimentos comerciais do país – hipermercados, supermercados e mercearias- também registraram diminuição expressiva no número de lojas (25,6 mil) e em volume de vendas (-2,5%). Somados às lojas de vestuário e acessórios, esses segmentos responderam por quase metade (45,0%) das lojas que saíram de operação.

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