Inflação acelera em maio, mas índice é o menor em dez anos

Atualizado em 28 junho, 2018

A inflação brasileira mantém a trajetória de queda no acumulado de 12 meses, embora tenha avançado na passagem de abril para maio. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira (9) pelo IBGE, subiu 0,31%, ou seja, mais do que dobrou quando comparado ao mês anterior (0,14%). A baixa na demanda e o número de desempregados no país têm freado os preços desde o início do ano.

Apesar da alta pontual, esta é a taxa mais baixa para maio desde 2007 (0,28%) em relação ao mês anterior. Com isso, o resultado do ano foi para 1,42%, percentual bem abaixo do registrado em igual período de 2016 (4,05%) e o menor acumulado até maio desde o ano 2000 (1,41%). Nos últimos 12 meses, a inflação (3,60%) está abaixo do mês anterior (4,08%), configurando-se como a menor taxa nesta comparação em dez anos.

De acordo com o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova, os preços dos alimentos continuam em desaceleração, o que gera maior poder de compra ao consumidor. “Este recuo da inflação auxilia no processo de recuperação do comércio, que já vem sendo observado desde o final do ano passado. A expectativa é que o IPCA permaneça abaixo do centro da meta oficial do governo (4,50%) para impactar na redução da taxa básica de juros permitindo, assim, uma maior expansão do crédito, outro elemento dinamizador do consumo”, comenta.

Altas e baixas de maio

As contas de luz pesaram no índice do mês: responsável por parcela significativa (3,3%) das despesas das famílias, a energia elétrica aumentou 8,98, puxando o IPCA para cima. Por conta da energia, a Habitação ficou com o resultado mais elevado do grupo (2,14%), além da maior contribuição (0,32 p.p.), praticamente anulando os sobes e desces dos demais grupos de produtos e serviços.

Os grupos com variações positivas situaram-se em Educação (0,08%)  e Vestuário (0,98%).  Os remédios (0,82%), do grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,62%), também merecem destaque. Refletiram parte do reajuste anual que passou a valer a partir de 31 de março, variando entre 1,36% e 4,76%, conforme o tipo. Considerando o acumulado no ano, os remédios, que dominam 3,48% das despesas das famílias, estão 3,92% mais caros.

Entre os três grupos de produtos e serviços que apresentaram queda, Transportes (-0,42%) foi o que mais caiu, influenciado pela baixa nos preços das passagens aéreas (11,81%) em comparação a abril. O preço do automóvel novo teve queda de 0,85% e o litro do etanol passou a custar 2,17% menos. Por outro lado, o preço do litro da gasolina subiu 0,33%.

No grupo Alimentação e Bebidas, que responde por ¼ das despesas das famílias, a queda de 0,35% foi puxada pelos alimentos para consumo em casa (-0,56%), enquanto a alimentação fora ficou em 0,06%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC apresentou variação de 0,36% em maio e ficou acima da taxa de 0,08% de abril em 0,28 p.p. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice desceu para 3,35%, ficando abaixo dos 3,99% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2016, o INPC registrou 0,98%.
 

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