Ambiente digital e a oportunidade de novas vendas

Nos últimos anos as vendas realizadas pela internet registraram um incremento de 15,1% no Brasil – principalmente entre os anos de 2014 a 2015 – com faturamento ultrapassando os R$ 40 bilhões. Adicionalmente, o ticket médio em 2015 também se elevou em 12% e atingiu o valor de R$ 388,00. Esses  dados sinalizados pela E-bit, revelam que o comércio digital já se tornou muito relevante e ocupa uma posição de destaque no cenário de atual crise, mantendo um bom ritmo de crescimento. No entanto, o e-commerce ainda não é unanimidade para o empresariado catarinense.

Dados da pesquisa, realizada pela Fecomércio SC em 2014, que mapeou a atividade no Estado, sinalizam que o ambiente virtual está presente apenas em 8,6% das empresas do setor. O mesmo estudo revelou que quase metade das empresas do setor, não tem presença virtual. Dos 47,7% empresários entrevistados que não estão inclusos no meio digital, quase 80% deles alegam não ter interesse em investir neste meio e se justificam listando dificuldades logísticas e inseguranças quanto à legislação.

Um exemplo dessas incertezas está na necessidade de uma atualização do Código Comercial, datado de 1850, que não prevê as mudanças ocorridas ao longo dos mais de 160 anos, entre elas as transações comerciais on-line.

A burocracia contempla a lista dos entraves para o desenvolvimento do comércio eletrônico. Em 2015 avançamos para desburocratizar o ambiente de negócios, tornando-o mais ágil e eficiente, através de medidas que estimulam o empreendedorismo e agilizam o processo de abertura de uma empresa. No entanto, no início de 2016 passou a vigorar a nova sistemática de recolhimento do ICMS do comércio eletrônico, que vai na direção contrária ao desenvolvimento do segmento, criando mais entraves e obstáculos ao bom andamento dos negócios e da economia.

Embora existam dificuldades enfrentadas no segmento, as possibilidades do mundo digital são inúmeras. O empresário que investir e ampliar suas atividades comerciais no e-commerce terá ótimos resultados no faturamento apesar desse cenário de retração. Estudos apontam, por exemplo, um faturamento em 2016 que ultrapassa os 44 bilhões, segundo projeção da pesquisa Webshopper do E-bit.

As transações comerciais entre empresas – B2B também vem ganhando espaço no comércio eletrônico e apesar da falta de dados oficiais essa forma de negócio possui um mercado com potencial de alcançar 6,5 milhões de empresas no país.

O caminho do empreendedorismo digital ainda é novo e longo aos empresários catarinenses, é preciso que o mercado se adapte ao novo comportamento do consumidor, apostando em uma nova mentalidade, mais multifacetada, com ações assertivas, criatividade e tenha um novo olhar sobre seu negócio.