É hora da manifestação democrática
Dia 7 de outubro será fundamental para o futuro de nosso estado e nosso país. Teremos a responsabilidade de escolher os governantes para os próximos quatro anos. Não podemos nos omitir neste momento. É nossa obrigação, enquanto empresários, cidadãos e contribuintes, debater com nossos pares e a sociedade o futuro que queremos.
As pesquisas eleitorais trouxeram até aqui um profundo desalento dos catarinenses com as urnas, nos colocando como o estado com maior índice de indecisos, brancos e nulos no Brasil. É um dado preocupante, mas que infelizmente não aparece apenas nessas eleições. A partir de 2006, observamos um crescente distanciamento entre os catarinenses e as urnas. Na última eleição de vereadores (2012), pela primeira vez vimos a soma entre abstenções, brancos e nulos ultrapassar a soma de qualquer partido. Em 2014, tivemos 24% de abstenções, brancos e nulos para presidente, 29% para governador e 27% para deputado estadual.
É compreensível que o eleitor esteja descrente de grandes mudanças nos rumos da política e da economia, mas a omissão jamais transformará este cenário. Devemos ter em mente que os desafios só serão superados com a participação da sociedade. É o momento de avançar para novos modelos de participação, transparência e controle social.
O conceito de cidadania brasileiro precisa ser revisitado. A sociedade não quer mais apenas votar: quer participar, manifestar opinião e construir novos caminhos; e é legítimo que o faça. O acirramento eleitoral não pode nos assustar. É um dado presente nas últimas eleições, mas não é isso que nos condena a falta de perspectiva. Ao contrário, o que nos deprime é a corrupção generalizada, a falta de uma agenda econômica que impulsione a inovação, a competitividade e a produtividade. O que nos faz regredir como sociedade é o desemprego, a informalidade e a violência, preocupações apontadas pelos empresários na “Carta do Comércio 2018”, lançada recentemente pela Fecomércio SC.
Sabemos que apenas no voto não atingiremos o modelo ideal de sociedade. Contudo, é fundamental depositar nossos sonhos nas urnas, fazer a parte que nos cabe nesse processo e cobrar que o poder público faça a dele. Só temos uma forma de mudar esse panorama: participação efetiva e democrática!
Artigo originalmente publicado nos jornais da NSC e Notícias do Dia, edições do dia 05 de outubro de 2018.