Alta da carga tributária deve impactar no custo de vida e na competitividade em 2016

Atualizado em 12 janeiro, 2016

Depois de fechar 2015 com inflação de dois dígitos, as previsões para este ano não são animadoras, de acordo com o Presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt. A escalada da inflação ao longo do ano passado corroeu o poder de compras das famílias e afetou negativamente as vendas no setor.

“A perspectiva de mais aumentos da já elevada carga tributária brasileira para fechar as contas públicas deve trazer novas pressões aos índices de preços. Só a volta da CPMF, cujo seu efeito é em cascata e altamente regressivo, é capaz de elevar os custos de toda a cadeia produtiva, pressionando os preços para o consumidor final. As altas taxas de juros, que são utilizadas pelo governo para conter a escalada dos preços, devem continuar onerando o setor produtivo, à medida que limita o acesso ao crédito”, afirma Breithaupt.

Em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,96% e ficou 0,05 pontos percentual (p.p.) abaixo da taxa de novembro (1,01%). Ainda assim, foi a taxa mensal mais alta para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%). No mesmo período de 2014, o índice foi de 0,78%. No ano, acumulou alta de 10,67%, contra 6,41% em 2014.

Em 2015, o consumidor passou a pagar mais caro por todos os grupos de produtos e serviços que compõem o custo de vida, especialmente pelas despesas relativas à habitação, que subiram 18,31%. Em relação ao ano anterior, apenas nos artigos de residência (5,36%) a variação foi menos intensa.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, os dois maiores resultados foram de Alimentação e Bebidas (1,50%) e Transportes (1,36%) que, juntos, responderam por 66% do IPCA do mês. A energia elétrica, junto com os combustíveis, representa 24% do índice do ano. O litro da gasolina subiu 20,10% em média no ano passado.

A inflação em 2015 atingiu níveis que não se viam desde 2003 e terminou o ano passado acima do teto da meta de 6,5%. “As principais pressões inflacionárias no ano foram registradas no primeiro trimestre, porque o período concentrou reajustes significativos nas tarifas de ônibus urbano e intermunicipal, de energia elétrica e de água e esgoto. A forte desvalorização do real também encareceu as importações, tanto de bens duráveis, como de alimentos.
O grupo dos alimentos, que tem muita importância no consumo das famílias e, nos últimos anos, vem exercendo pressão sobre o custo de vida, fechou o ano com alta de 12,03%”, explica o economista Luciano Córdova.

Custo de vida mais caro

As Despesas Pessoais (9,50%), Educação (9,25%) e Saúde e Cuidados Pessoais (9,23%) mantiveram resultados próximos ao longo de 2015. As famílias passaram a pagar salários mais altos (8,35%) pelos serviços dos empregados domésticos. Itens como jogos lotéricos (47,50%), serviço bancário (11,40%), excursão (9,69%), cabeleireiro (9,20%), cigarro (8,20%) e manicure (7,82%) também ficaram mais caros.

Nas despesas com Saúde e Cuidados Pessoais (9,23%), o Plano de Saúde exerceu a principal pressão, já que as mensalidades subiram 12,15%. O aumento também foi significativo nos preços dos serviços médicos e dentários (9,04%), dos serviços laboratoriais e hospitalares (8,43%), nos artigos de higiene pessoal (9,13%) e dos remédios (6,89%).

Já os artigos de residência (5,36%), de vestuário (4,46%) e comunicação (2,11%) foram os grupos com as menores taxas no IPCA do ano.

Quanto ao  Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que calcula a variação do custo de vida para famílias até 8 salários mínimos (enquanto o IPCA é até 40 SM), fechou 2015 em 11,28%, acima dos 6,23% de 2014. A taxa acumulada no ano também foi a mais elevada desde 2002 (14,74%). Os alimentos tiveram variação de 12,36%, enquanto os não alimentícios de 10,80%. Em 2014, os alimentos haviam subido 7,80% e os não alimentícios, 5,51%.

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