ECONOMIA

Reflexo da recessão: pirataria cai em 2016, mas classes D e E aumentam consumo em SC

Atualizado em 05 abril, 2018

Pesquisa da Fecomércio SC traz radiografia do mercado ilegal no Estado

Lojas e ruas lotadas de consumidores em busca de presentes para o Natal e compras de fim de ano. Com a demanda aquecida, dezembro é sinônimo de lucro para o comércio, mas também um terreno fértil para a venda de pirataria. Os preços mais atraentes dos produtos falsificados ou pirateados em relação ao original motivam as compras para 69,7% destes consumidores, segundo a pesquisa da Fecomércio SC. Os dados foram levantados em Lages, Chapecó, Blumenau, Joinville, Criciúma, Itajaí e Florianópolis e trazem uma radiografia da pirataria em Santa Catarina neste ano.

Confira a pesquisa na íntegra

Aproximadamente três a cada dez catarinenses (32%) afirmam que adquiriram algum produto pirata em 2016, mesmo percentual do indicador nacional. Os resultados mostram uma tendência de queda no consumo destes itens nos últimos anos: em 2011, o índice atingiu 57%.

A reboque da recessão, que provocou desemprego e  reduziu a renda das famílias, os catarinenses com menor poder aquisitivo (classes D e E) aumentaram o consumo em 8 pontos percentuais, passando de 28% em 2015 para 36% em 2016. Por outro lado, as Classes A e B tiveram queda de 21 pontos percentuais do ano passado para cá, de 36% para 15%, atingindo o menor índice desde o início da pesquisa.

Os jovens e jovens adultos são os maiores consumidores, com 46,5% na faixa etária entre 18 a 24 anos e 38,6% de 25 a 34 anos. Em média foram consumidos 16,6 produtos piratas neste ano.

Os CDs e DVDs (39,2%) seguem no topo do ranking dos mais comprados, seguido pelas roupas (10,6%), óculos e equipamentos eletrônicos, empatados com 9,3%. Os dois itens também aparecem na lista dos mais rejeitados, com 8,5% e 15,6%, respectivamente.

A facilidade em encontrá-los (12,5%) e a chance de ter acesso antes mesmo dos originais serem lançados oficialmente (9,2%) também estimulam a compra.  Entre aqueles que não consomem, 32,9% disse que não tiveram necessidade, 23,9% preferem o original e 17,1% considera a qualidade ruim.

 

Ciclo negativo

De 2012 a 2015, o prejuízo no país somou R$ 115 bilhões entre as perdas da indústria e o valor que o Estado deixou de arrecadar com a sonegação fiscal, conforme avalia o Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FCNP).

Segundo a pesquisa da Fecomércio SC, os consumidores sabem que a pirataria prejudica o fabricante ou artista (93,7%), alimenta a sonegação de impostos (88,3%), impacta no faturamento do comércio (85%), pode causar consequências negativas aos seus usuários (81,3%) e financia o crime organizado (78,9%). A percepção de que a pirataria pode causar desemprego aumentou 9,4 pontos percentuais de 2015 para 2016, chegando a 56,3%. 
 
“Estes resultados são preocupantes, pois mostram uma naturalização da questão no Estado. Ou seja, as pessoas entendem os reflexos da pirataria, mas continuam adquirindo. Além de gerar um rombo às empresas formais e aos cofres públicos, esta prática alimenta um mercado ilegal. É uma concorrência desleal com o comércio que tem um grande impacto na competitividade catarinense”, pontua o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.
 
A federação tem como uma de suas principais bandeiras o combate à venda e ao consumo de produtos piratas, além de atuar estrategicamente junto à Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e ao Conselho Estadual de Combate a Pirataria (CECOP).

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