Ciclo de baixa de juros precisa se manter para economia recuperar fôlego

Atualizado em 23 fevereiro, 2017

Fecomércio SC considera que Selic alta encarece crédito ao consumidor e às empresas

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu reduzir a taxa básica de juros da economia em 0,75 pontos percentuais, passando de 13,00% para 12,25%. A Selic baliza todos os juros da economia e por estar ainda em nível bastante elevado encarece o crédito ao consumidor e às empresas. Desse modo, controlaria a demanda, reduzindo a inflação.

Com a Selic em um patamar alto, a retração econômica- que provoca queda na renda e do emprego, além de inadimplência, e os demais juros da economia batem recorde. Em 2016, o cheque especial atingiu juros de 328% a.a., a maior marca desde 1994. O rotativo do cartão de crédito chegou a 484%a.a, segundo dados do Banco Central. A taxa média de juros para pessoa física chegou aos 41,4% a.a. Essas taxas elevadas inibem as compras e o investimento ao provocar retração no crédito. No ano passado, a variação do volume de vendas do comércio catarinense recuou 5,1% no acumulado de 12 meses.

A redução da taxa básica de juros parte do entendimento de que a inflação entrou numa trajetória de redução, principalmente pela queda dos preços dos alimentos e dos serviços. A inflação de janeiro, calculada pelo IPCA em 5,3%, ficou dentro do teto da meta de 6,5%. Por outro lado, o Comitê ressalta que a continuidade do ciclo de baixa dos juros dependerá do andamento das reformas da previdência e trabalhista no Congresso Nacional.

“A taxa elevada impacta negativamente no estoque da dívida pública, pois é a remuneradora dos títulos de curto prazo do governo. Assim, aumenta o esforço fiscal necessário para estabilizar a trajetória da dívida. Precisamos de um maior controle da inflação, mas isso não pode ser feito através de juros elevados, que prejudicam o setor produtivo ao onerar o consumidor e o empresário em suas decisões de investimento e consumo”, avalia o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova. Segundo ele, outras medidas como a reforma tributária e trabalhista são capazes de incentivar a produtividade de forma mais efetiva para combater a retração econômica e a inflação.

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