Cruzeiros podem potencializar economia do mar em SC
Presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos trouxe impactos econômicos e gargalos do estado
Explorar as diferentes vocações econômicas é um desafio constante para os gestores públicos e privados em Santa Catarina. Conforme o presidente da Clia Abremar Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), Marco Ferraz, o mercado de cruzeiros tem potencial não só para impulsionar a economia do mar, como estimular toda a cadeia produtiva no estado. Ferraz veio a Capital na quarta-feira (17), na Fecomércio SC, a convite da Gerência Aquaviária da Secretaria do Estado de Infraestrutura e o GT Náutico de SC, com apoio da Secretaria de Estado de Turismo Cultura e Esporte e da Secretaria Municipal de Turismo, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Florianópolis.
Segundo ele, houve uma evolução dos impactos econômicos nos destinos onde os navios atracam e o país tem a oportunidade de receber mais embarcações de 1200 lugares e 4 mil lugares. “Pelo menos 80% dos passageiros que desembarcam nas cidades voltam depois com a família. Na última temporada em Santa Catarina, por exemplo, o ticket médio por pessoa foi de cerca de R$ 360”, afirma.
“O mercado de cruzeiros pode se tornar um importante vetor para o desenvolvimento da economia do mar no Estado, mas a falta de infraestrutura adequada impede a entrada de SC na escala dos cruzeiros internacionais. Perdemos milhões por ainda não temos nenhum porto com alfândega ou para receber navios de porte maior”, pondera o presidente da Câmara empresarial de Turismo da Fecomércio, João Eduardo Amaral Moritz. Conforme ele, o perfil e os hábitos dos cruzeiristas e tripulantes têm mudado, tornando-os mais exigentes com a segurança e mobilidade nas paradas em portos.
Propostas em SC
Na terça-feira, 16, representantes de 17 cidades com orlas marítimas (mar), lacustres (lagos) e fluviais (rios) apresentaram projetos públicos e privados para o desenvolvimento do setor em Santa Catarina, com propostas de marinas, trapiches, píer, portos e ancoradouro, no 1º Simpósio de Infraestrutura para a Economia do Mar. Participaram representantes de Abdon Batista, Balneário Camboriú, Blumenau, Florianópolis, Itajaí, Itá, Imbituba, Laguna, Penha, Porto Belo, São Francisco do Sul, São José, Tijucas, Anita Garibaldi, Campo Belo do Sul, Cerro Negro e Capão Alto.
O objetivo foi mapear as iniciativas de apoio à economia no estado e estimular a participação e investimentos de empresas privadas. “A realização do evento justifica-se pela carência de abordagens sobre os conceitos da Economia do Mar e os impactos da falta de infraestruturas de apoio náuticos. Este setor é sem dúvida uma grande alavanca da economia do Estado em todas as suas esferas: indústria, comércio, serviços e turismo”, explica Mané Ferrari, gerente aquaviário da SIE. Segundo ele, o governo está programando um seminário internacional com as principais demandas para captação de novos investidores.