ECONOMIA

Alta do IOF deve encarecer o crédito e desestimular investimentos

Atualizado em 22 setembro, 2021

A alta do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF),  que entrou em vigor nesta segunda-feira (20), deve encarecer o crédito para as famílias e empresas, além de desestimular novos investimentos no país.

A alíquota diária para as pessoas jurídicas passará de 0,0041% (referente à alíquota anual de 1,50%) para 0,00559% (referente à alíquota anual de 2,04%), no período de 20.09 a 31.12.2021. Já para pessoa físicas, a atual alíquota diária de 0,0082% ( alíquota anual de 3,0%) passa para 0,01118% (anual de 4,08%) no mesmo período.

Entre 2008 e 2020, cerca de R$30 bilhões por ano foram arrecadados pela União por meio do IOF, o que representou em média 8% da arrecadação dos impostos da União. Levando em consideração o aumento de R$ 2,14 bilhões estimados Ministério da Economia, o impacto será um acréscimo na ordem 7,1% na arrecadação desse imposto.

“O aumento da tributação penaliza todos os contribuintes e deve impactar nos investimentos, pois aumenta o custo efetivo total de um financiamento. Muitos investimentos em vigor precisam ser revistos dado a ampliação de custo não contabilizada no projeto inicial”, avalia o vice-presidente da Fecomércio SC, Emílio Rossmark Schramm.

A Confiança do Empresário Catarinense  para o  Nível de Investimento das Empresas encerrou agosto com crescimento de 16,6% na passagem do mês e acima do patamar pré-crise. Entretanto, a medida pode reverter esse cenário ao causar insegurança e aumento de custos, refletindo de forma negativa na criação de postos de trabalho e na renda da população.

O crédito também é uma alternativa importante para as famílias, que precisam recompor o orçamento em momentos emergenciais. O ajuste na alíquota do IOF impacta nas operações de crédito, como cheque especial, crédito pessoal e financiamento de carros, além de penalizar as famílias que estão com atraso no pagamento do cartão de crédito.

Essas modalidades são as principais dívidas das famílias catarinenses, sobretudo o cartão de crédito, que alcança 77,9% das famílias endividadas. Portanto, o aumento além de encarecer o crédito e diminuir o consumo, pode também ser um fator a mais para apertar o orçamento e causar inadimplência dos consumidores.

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