O desafio do equilíbrio fiscal nas prefeituras catarinenses

Atualizado em 20 janeiro, 2017

No primeiro dia de 2017, os prefeitos eleitos tomaram posse e muitos já foram apresentados à situação calamitosa de algumas prefeituras catarinenses. Em Florianópolis, segundo o prefeito, o déficit nos cofres públicos chega a de R$ 240 milhões, e se nada for feito, a previsão que em setembro de 2017 faltará dinheiro na prefeitura.

A atual situação é fruto de um modelo em que as despesas crescem mais dos que as receitas. Entre 2013 e 2015, a receita cresceu 3,58%, mas as despesas variaram 4,08%, segundo dados da Federação Catarinense dos Municípios (FECAM). Não bastasse, ainda existe a grande volatilidade das fontes de recursos, no que diz respeito, aos repasses estaduais e federais. Com isso, os serviços públicos se tornam precários. Pesquisa da Fecomércio SC apontou que, na visão da população, a qualidade dos serviços públicos de responsabilidade municipal está aquém da desejada.

Diante desse cenário, as reformas administrativas levadas a cabo nas mais diversas prefeituras de Santa Catarina são importantes e fundamentais para a retomada dos investimentos. O sufocamento das prefeituras, que já veem quase 100% de suas receitas comprometidas, precisa ser sanado com urgência. Extinguir cargos comissionados e secretarias, bem como, reduzir gastos de custeio serão fundamentais. Medidas que estimulem os investimentos privados nos municípios, como uma maior desburocratização, redução da carga tributária, e incentivos à justa competitividade também devem fazer parte do pacote.

Além disso, a revisão do Pacto Federativo não pode mais ser postergada. Enquanto as responsabilidades dos municípios só aumentaram de 1988 para cá, a distribuição da partilha tributária reduziu. Em 1991, os municípios recebiam 19% dos recursos, hoje, 17%. Muito distante do ideal de 30%, defendido para evitar o inchaço da folha de pagamento e promover a boa prestação do serviço público. Portanto, 2017 vem sendo desenhado como um ano determinante para o futuro dos municípios e do Brasil.

Nos próximos meses, com o início das discussões das reformas administrativas, em nível municipal e da reforma da Previdência e Trabalhista, em âmbito federal, o Brasil poderá almejar novos e melhores patamares sociais.

Bruno Breithaupt – Presidente do Sistema Fecomércio SC

Artigo originalmente publicado no jornal Diário Catarinense em 20.01.2017

Leia também

INSTITUCIONAL 24 abril, 2024

Fecomércio SC participa do primeiro Café da Manhã da International Fresh Produce Association em Santa Catarina

ECONOMIA 24 abril, 2024

Intenção de consumo das famílias catarinenses caiu 2,8% em abril, aponta pesquisa

INSTITUCIONAL 22 abril, 2024

Fecomércio SC apresenta 5ª Agenda Legislativa para parlamentares catarinenses em Brasília

ECONOMIA 18 abril, 2024

Pesquisa indica aumento de 13% na expectativa de gasto médio para o Dia das Mães, relacionado ao ano anterior