Inadimplência bate recorde em Santa Catarina e supera média nacional em agosto

Atualizado em 10 setembro, 2025

A quantidade de famílias com contas em atraso cresceu e bateu recorde no mês de agosto em Santa Catarina. O índice chegou a 31,5% dos núcleos familiares do estado, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Fecomércio SC em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Trata-se do maior percentual da série histórica, iniciada em 2010. Além disso, o índice de catarinenses inadimplentes ficou acima da média nacional, de 30,4% — também um recorde — pela primeira vez desde março de 2020.

Segundo o presidente da Fecomércio SC, Hélio Dagnoni, o resultado é reflexo dos juros altos praticados atualmente no país. A Selic, considerada a taxa básica de juros da economia, está em 15%, o maior patamar em quase 20 anos. Somado a isso, o cenário também é de inflação acima da meta estabelecida pelo Banco Central.

“Se formos comparar com agosto de 2024, exatamente um ano atrás, a taxa de inadimplência subiu enormemente. Em Santa Catarina, ela estava em 22,9%, ou seja, eram 8,6 pontos percentuais a menos do que agora. É um dado bastante negativo, mas que reflete a realidade do momento. Já se esperava um segundo semestre duro este ano, e agora os indicadores estão mostrando isso de maneira clara”, afirma o presidente da Fecomércio.

Segundo a pesquisa da Fecomércio, as famílias que recebem menos de dez salários mínimos são ainda mais impactadas. Nesse estrato, a inadimplência atinge 38,8%. Outro indicador preocupante é o de famílias que relatam não ter condições de honrar suas dívidas futuras — o índice chegou a 9,1%, acima da média histórica de 8,6%.

A economista da Fecomércio SC, Edilene Cavalcanti, explica que o endividamento — indicador que mostra a disposição das famílias em fazer compras parceladas ou realizar financiamentos de curto e longo prazo — teve uma leve queda em agosto, passando de 71,8% para 71,5%.

“Nesse indicador, a média nacional é superior, chegando a 78,8% no último mês. Vale destacar que o endividamento, por si só, não é necessariamente algo negativo. Quem tem um imóvel financiado, por exemplo, está endividado, mas para adquirir um bem. O grande problema é quando as contas não são pagas — o que configura inadimplência”, explica Edilene.

Entre os tipos de dívida, o mais comum entre os catarinenses é o cartão de crédito, com 82,8%, uma alta de cinco pontos percentuais em relação ao mês anterior.

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