Fecomércio avalia impacto econômico da enchente no Vale do Itajaí

Atualizado em 23 setembro, 2011

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC) apurou o impacto econômico da última enchente no comércio da região mais afetada pelos desastres naturais em questão: o Vale do Itajaí. Foram entrevistados 68 estabelecimentos nos munícipios de Blumenau, Itajaí e Rio do Sul. A Fecomércio ouviu empresários de 13 setores que tiveram suas lojas afetadas.

A pesquisa, divulgada nesta sexta-feira, mostrou que os prejuízos serão inevitáveis para praticamente todos os empresários, já que 98,5% dos entrevistados fizeram investimentos em estoque nos últimos 3 meses. Quanto à infraestrutura, 58,8% fizeram melhorias ou reformas no estabelecimento comercial antes da enchente.

O estudo mostra que as perdas já estão sendo contabilizadas e as possíveis formas de reestruturação sendo colocadas no papel. A perda total estimada foi de34% em produtos e 33% em infraestrutura. Os empresários ficaram com seus estabelecimentos fechados, em média, 6,8 dias.

Dos empresários que investiram, 77,90% declararam ter feito compras a crédito e 45,60% à vista. Juntos, os empresários tinham um investimento médio de R$ 616.614,00 em estoque, e de R$ 62.644,00 em infraestrutura.

Outra má notícia é que as compras feitas com crédito antecipado ainda vão pesar no bolso dos empresários pelos próximos 5,8 meses no caso dos estoques e pelos próximos 24,9 meses no caso de infraestrutura. Essas foram as médias alcançadas pela pesquisa, que revelou ainda como os empresários pretendem solucionar o problema.

Pelo menos 73,20% disseram que terão condições de quitar a dívida com estoques com dinheiro próprio, mas outros 26,80% declararam estar em situação pior, de não quitação dos débitos. Quanto à infraestrutura 45,5% disseram ter condições de pagar as dívidas futuras, enquanto 50% não terão condições de manter as dívidas feitas em prol do ponto comercial.

O estudo da Fecomércio mostrou ainda que os empresários do Vale do Itajaí estão mais preocupados em quitar as dívidas do que em reaver seus estoques ou investir novamente em infraestrutura. Sobre a reposição dos produtos, 54,10% afirmaram não ter condições de repor o estoque com dinheiro próprio. Sobre a manutenção da infraestrutura, 45,90% não irão compensar os estragos com recursos próprios.

A pesquisa da Fecomércio apontou ainda para duas situações que merecem atenção. A repetição do evento e o despreparo público em uma situação emergencial. Para a grande maioria dos empresários esta situação não é inédita, já que 69,10% passaram por outras enchentes ou alagamentos e 30,90% foram atingidos pela primeira vez. Os empresários entrevistados também declararam que até o presente momento não receberam incentivo do governo (80%).

Leia também

17 maio, 2025

Innovation Day movimenta Chapecó no primeiro dia da Semana S

09 maio, 2025

Programação da Semana S em Chapecó tem shows nacionais e palestras temáticas

08 maio, 2025

Fecomércio SC critica aumento do número de deputados federais

30 abril, 2025

Comércio e serviços somam 61,8% dos empregos gerados em março no estado