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Festival de Dança de Joinville: turista aprovou e comércio e hotéis faturaram mais

Atualizado em 30 janeiro, 2018

Ao completar 30 anos de realização, o maior festival de dança do Brasil foi tema de um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina. A Pesquisa Fecomércio de Turismo – 30° Festival de Dança de Joinville ouviu turistas e empresários nos dias 26 e 27 de julho, em 2012. A coleta dos dados aconteceu em pontos de grande fluxo e nos principais centros de comércio e serviços da cidade. Ao todo, foram entrevistados 608 turistas, representantes de 195 estabelecimentos comerciais e de 24 hotéis.

Perfil turístico

A Pesquisa Fecomércio revelou que os turistas presentes no 30º Festival de Dança são jovens das classes B e C vindos de vários estados brasileiros. A maioria tem entre 18 e 25 anos (32,6%). Em seguida, aparecem os menores de 18 anos (26,5%). Mas também é representativo o percentual dos que têm entre 26 e 35 anos (18,8%) e dos que têm idades entre 36 e 45 (11,8%).

Leia a pesquisa na íntegra

Pertencentes especialmente à classe C (48,5%), com rendimentos entre R$ 1.126,00 e R$ 4.854,00 e à classe B (20,1%), com renda entre R$ 4.854,00 e R$ 6.329,00, os turistas do festival têm como ocupação principal o estudo (39,5%) e o trabalho. Autônomos e profissionais com empregos formais alcançam, juntos, 46,7% das respostas.

Os visitantes vêm dos mais variados locais. Santa Catarina representa a origem mais citada (25,2%), seguida por São Paulo (23,9%), Paraná (17,14%) e Rio de Janeiro (8,2%). Na avaliação por cidades, destaque para Curitiba (12,3%), São Paulo (7,4%), Florianópolis (6,4%) e Rio de Janeiro (4,6%). Dentro do estado catarinense, as principais cidades de origem são: Florianópolis (6,4%), Itajaí (3,6%) e Tubarão (1,5%).

Para chegar a Joinville, a Pesquisa Fecomércio mostra que os turistas optaram, em sua maioria, pelas excursões: vans e microonibus representaram 32,6% das alterativas de transporte. Na sequência, aparecem as opções: avião (31,4%), carro próprio (24,2%) e ônibus (10,5%).

No quesito hospedagem, a preferência foi pelos hotéis (37,5%) e alojamentos (22,4%). Casas de parentes e amigos aparecem com 9,9% e casas alugadas somam 8,7% das escolhas. Ainda 5,4% utilizaram pousadas e 15,5% disseram não ter planos de pernoitar na cidade.

Na comparação com a Pesquisa Fecomércio SC realizada em 2011, nota-se uma redução no percentual de turistas hospedados em alojamentos. No ano passado, eles eram 41,1% e agora foram 22,4%. Por outro lado, houve aumento nos aluguéis de casas. De 0,8% em 2011 para 8,7% em 2012. Para a Federação, os dados estão alinhados à mudança de perfil turístico do evento. A participação de catarinenses nesta edição surpreendeu, enquanto no ano passado a maioria dos turistas era proveniente do estado de São Paulo (31,9%).

Programação e gastos

A maioria das pessoas (66,1%) tomou conhecimento do Festival através das escolas de dança e esteve em Joinville para assistir as apresentações do festival (65%). Mas um número expressivo disse também pretender participar de outras atividades. Dentre estes, 26,2% fizeram parte das apresentações; 22,5% frequentaram cursos relacionados à dança; e 18,8% estiveram competindo.

Para acompanhar a programação do evento, os visitantes ficaram na cidade, em média, 6,45 dias. Essa média alta de permanência, aliada à considerável renda da maioria dos turistas, teve impacto direto no bom resultado do comércio da cidade em geral, da Feira da Sapatilha e da rede hoteleira.

A média diária de gastos dos turistas foi de R$ 226,75. Para o período de permanência citado, o gasto total foi de R$ 1.461,57. Dentre os diferentes serviços oferecidos durante o Festival, a Fecomércio SC levantou que a hospedagem concentrou mais investimentos do consumidor (R$426,03). Na sequência, vem transporte (R$ 340,84), comércio (R$250,70), alimentação (R$232,79) e gastos com o festival (R$ 211,22).

Comércio

A satisfação do turista foi sentida no faturamento do comércio, que registrou alta de 11,33% em relação ao mesmo período de 2011 e de 10,64%, se comparado aos meses comuns de 2012. A Feira da Sapatilha e os hotéis também contabilizaram aumento em relação ao ano anterior: 17,24% e 25,21%, respectivamente.

A maioria dos empresários considerou positivo o movimento nas empresas Um percentual de 54,9 entrevistados o classificou como bom, enquanto 10,8% o considerou ótimo e 17,4% o avaliou como regular. Apenas 16,9% o percebeu abaixo das expectativas.

O resultado das vendas e do movimento mostra ainda que passaram pelos estabelecimentos pesquisados uma média de 75 consumidores por dia. Cada um deles, na percepção do empresário gastou, em média, R$ 141,00.

Para adquirir os produtos e serviços, ao que indica a Pesquisa Fecomércio SC, a preferência foi pelos pagamentos à vista no cartão de crédito (59,5%). Outros 20,5% optaram pelo dinheiro. Seguidos de 13,3% que fizeram os pagamentos parcelados no cartão de crédito. E de 6,7% que quitaram suas compras à vista no cartão de débito.

Apesar do aumento nas vendas, a maioria dos comerciantes (91,8%) optou por não contratar novos funcionários. Outros 7,2% fizeram entre uma e seis novas contratações. E apenas 1% contratou mais de seis colaboradores.

Feira da Sapatilha

Na avaliação específica da Feira da Sapatilha, nota-se que os estandes têm diversas origens. Grande parte é proveniente da cidade de São Paulo (24,6%) e de Belo Horizonte (18,8%). Na sequência aparecem empresas de Balneário Camboriú, Joinville, Barbacena (MG), Campanha (MG), Campinas (SP), Farroupilha (RS), Lagoa Vermelha (RS), Porto Velho (RO) e Rio de Janeiro (RJ). Todas aparecem em menor proporção: 6,3% cada.

Diferentemente do comércio de rua, na Feira da Sapatilha houve expressiva contratação de funcionários temporários (94,2%). A maior parte (47,1%) contratou entre um e três funcionários. Outros 35,3% empregaram entre quatro e seis pessoas. E ainda 11,8% contaram com o trabalho de 10 ou mais pessoas. Apenas 5,9% não fizeram contratações.

O movimento de turistas também foi maior na feira. Quase metade (47,1%) dos empresários o considerou bom. Outros 35,3% o classificaram como ótimo. E outros 11,8% julgaram o movimento regular. Apenas para 5,9% dos entrevistados as visitações ficaram abaixo das expectativas.

Na Feira da Sapatilha, a média diária de visitas também foi maior: cerca de 223 pessoas. O número, além de positivo, supera o alcançado no ano anterior (170 pessoas). Nos estandes, a média de gastos por cliente foi de R$ 91.

Hotelaria

Além do comércio joinvillense, também a rede hoteleira da cidade atraiu um grande número de turistas. A média de ocupação dos leitos foi de 91,46%. O resultado superou até mesmo a taxa de ocupação da região no período do último Réveillon, que segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina foi de 81,67%.

A alta taxa de ocupação aliada ao elevado valor de gasto médio por cliente trouxe uma variação de 25,21% no faturamento em relação a 2011. Excelente resultado, mas menor do que o crescimento registrado no ano anterior (42%).

Nos hotéis, a forma de pagamento mais utilizada pelos turistas foi o pagamento à vista no cartão de crédito (45,8%). Também é expressivo o percentual dos que optaram por pagar em dinheiro (41,7%). Em seguida, aparecem os clientes que fizeram a quitação via agências de turismo (12,5%).

Apesar da demanda, o número de novos colaboradores não teve alteração em 83,3% dos hotéis. Apenas 16,7% dos empresários optaram por contratar entre dois e três funcionários. E ainda outros 4,2% empregaram mais de três pessoas. Esses contratos foram na maioria temporários, dos quais 75% pelo período de 10 dias e 25% por 12 dias. Apesar disso, outros 12,75% dos colaboradores contratados para o Festival de Dança, em média, foram efetivados na rede hoteleira joinvillense.

Avaliações

Quanto à avaliação da cidade, os turistas se mostraram satisfeitos. A hospedagem foi considerada boa ou ótima por 62% dos entrevistados. O comércio teve destaque positivo para 76,1% dos visitantes. E os restaurantes foram bem avaliados por 83,1% das pessoas.

Apenas dois itens relacionados à mobilidade urbana tiveram resultado negativo: transporte urbano e táxis. Muitos entrevistados alegaram não saber avaliar os táxis (55,3%) e o transporte urbano (72,2%). Isto demonstra que a maioria dos turistas optou por outros meios para se locomover na cidade durante o Festival de Dança.
Dos que se utilizaram desses meios (táxi e ônibus urbano), um percentual preocupante avaliou os serviços como péssimos: 10,7% para os táxis e 11,2% para o transporte coletivo.

Ao avaliar o evento de maneira geral, os visitantes contribuíram para resultados positivos em todos os quesitos. O comércio na Feira da Sapatilha foi o item mais bem avaliado pelos turistas. 92,2% o classificaram como bom ou ótimo. A estrutura do evento também teve elevado índice de aprovação (91,1%). A organização do festival foi bem vista por 87,3% dos visitantes. As apresentações de dança conquistaram 82,9% dos entrevistados. E o nível das competições teve avaliação positiva de 75,9% do público.

Apenas em relação aos cursos, a maioria dos entrevistados (60,9%) não soube responder, o que indica que é grande o percentual de turistas que optou apenas por participar ou assistir ao festival e visitar o comércio. Ainda assim, 34% ficaram satisfeitos com as oficinas e atividades oferecidas.

O bom desempenho do comércio e da rede hoteleira e também a avaliação positiva dos visitantes quanto ao evento e à cidade, provam o sucesso já consolidado do Festival de Dança de Joinville. Na última pergunta do questionário a resposta foi quase unânime. “Voltariam em uma próxima edição?”: 93% garantiram que sim.

Foto: Áurea Silva. Festival de Dança de Joinville 2012.

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