Aneel autoriza Celesc a aumentar conta de energia em 22,62% na média

Atualizado em 05 agosto, 2014

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisou o pedido da distribuidora Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A.(Celesc) nesta terça-feira pela manhã e decidiu por aplicar um aumento de 22,47% na conta de energia para residências. O aumento médio será de 22,62%. No mês passado, a distribuidora catarinense pediu um reajuste de 20,49%. O reajuste começa a valer a partir de quinta-feira. A decisão foi divulgada às 11h desta terça-feira, em uma audiência realizada por diretores técnicos da agência reguladora, em Brasília.

Desde 2010, quando a Aneel passou a permitir que a distribuidoras entregassem um pleito para reajuste de tarifas, é a primeira vez que a agência reguladora aplica um aumento acima do que a Celesc havia solicitado. Em termos comparativos, em 2013 o reajuste solicitado pela Celesc foi de 25,33%, sendo que o concedido pela Aneel foi de apenas 13,73%, ou seja, panorama muito diferente do atual.

Isso tem relação direta com a má situação econômica e financeira das distribuidoras de energia em todo o país. A forte seca de 2013 forçou o Brasil a utilizar as usinas termelétricas, o que encareceu sobremaneira o custo da energia. Desta maneira, aliado ao fato do preço da energia já estar artificialmente contido pelo governo federal, as distribuidoras passaram a apresentar péssimos resultados financeiros.

Para sanar estas dificuldades, além dos reajustes tarifários maiores, foram contratados dois vultosos empréstimos junto aos bancos públicos, direcionados para o sistema elétrico brasileiro. Serão R$ 6,5 bilhões para irrigar o caixa da Eletrobras, sendo R$ 4 bilhões do Banco do Brasil e outros R$ 2,5 bilhões contratados junto à Caixa. Está acertada, também, a segunda tranche do empréstimo às empresas distribuidoras de energia, no montante de R$ 6,5 bilhões. Esse valor será assim distribuído: R$ 3 bilhões do BNDES e R$ 3,5 bilhões dos demais bancos, inclusive BB e Caixa, além dos grandes do setor privados. O valor de cada um será proporcional à participação que a instituição teve no empréstimo de R$ 11,2 bilhões.

A Fecomércio SC considera que os atuais reajustes são indispensáveis para sanar a situação das distribuidoras como a Celesc, já que os mesmos são frutos de uma situação extraordinária do nosso sistema elétrico. Entretanto, é necessário criticar a leniência das grandes obras de aumento da capacidade energética nacional, que já deveriam estar finalizadas, como é o caso de Belo Monte, por exemplo. Se estas obras, juntamente com todo o restante das obras envolvendo a infraestrutura nacional, estivessem finalizadas, o paradigma de custos e a competitividade brasileira seriam muito beneficiados, fator que, infelizmente, não vem ocorrendo.
 

Leia também

13 junho, 2025

Comércio catarinense tem maior crescimento do país em abril, aponta IBGE

12 junho, 2025

Turismo de SC teve o segundo maior crescimento do país no verão de 2025

10 junho, 2025

Vendas de roupas de inverno devem crescer 7,4% em SC, projeta Fecomércio

30 maio, 2025

Intenção de compras para o Dia dos Namorados cresce 7% e chega a R$190 em SC