ECONOMIA

Brasil fecha 2018 com inflação abaixo da meta

Atualizado em 14 janeiro, 2019

Pelo segundo ano consecutivo, a inflação brasileira fechou abaixo da meta de 4,5% estipulada pelo Banco Central. O índice (3,75%) de 2018 foi influenciado, especialmente, pelas despesas com produtos e serviços dos grupos Habitação, com alta de 4,72% e impacto de 0,74 pontos percentuais (p.p.); Transportes, com alta de 4,19% e 0,76 p.p.; e Alimentação e Bebidas, com alta de 4,04% e 0,99 p.p. Juntos, estes três grupos somam 2,49 p.p. e respondem por 66% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Nos Transportes, que detêm cerca de 18,5% do IPCA, os destaques foram passagem aérea (16,92%), gasolina (7,24%) e ônibus urbano (6,32%).

Após apresentar variação negativa (-1,87%) no ano de 2017, impulsionado pela safra recorde, o grupo Alimentação e bebidas encerra 2018 com uma taxa acumulada de 4,04%. Esse grupo responde por cerca de 1/4 das despesas das famílias e foi o principal impacto no ano com 0,99 p.p. A safra de 2018 ficou cerca de 5% abaixo do ano anterior, sendo a segunda melhor da série histórica.

“No final de maio de 2018, a paralisação dos caminhoneiros provocou um desabastecimento, o que impactou os preços de diversos produtos, levando o grupo a apresentar variação de 2,03% em junho, a segunda maior para um mês de junho desde a implantação do Plano Real”, pontua o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova.

Os preços dos alimentos para consumo em casa, cujo peso é 15,7%, subiram 4,53%, enquanto a alimentação consumida fora de casa, que pesa 8,8% no índice, apresentou variação de 3,17%. Saúde e cuidados pessoais fechou o ano com variação de 3,95%. Neste grupo, a pressão veio das mensalidades dos planos de saúde, que ficaram em 11,17%, maior impacto individual no índice anual.

Resultado de dezembro

O IPCA de dezembro foi de 0,15%, acima dos -0,21% de novembro e a menor variação para um mês de dezembro desde o início do Plano Real, em 1994. Em dezembro de 2017, o índice tinha sido de 0,44%.

O grupo dos alimentos teve aumento nos preços de novembro (0,39%) para dezembro (0,44%), gerando o maior impacto no índice. As maiores pressões vieram dos alimentos para consumo em casa (de 0,34% em novembro para 0,50% em dezembro). Apesar de alguns produtos passarem a custar menos em dezembro, como o leite longa vida (-7,73%), o pão francês (-1,31%) e o arroz (-1,19%), outros produtos, também importantes, exerceram pressão contrária, como a cebola (24,03%), a batata-inglesa (20,05%), o feijão-carioca (12,98%), as frutas (3,11%) e as carnes (2,04%). Já a alimentação fora de casa desacelerou de novembro (0,49%) para dezembro (0,33%).

Os maiores impactos individuais no IPCA de dezembro, tanto positiva quanto negativamente, foram registrados no grupo dos Transportes (-0,54% e -0,10 p.p.). São eles: passagem aérea, com alta de 29,12% (0,12 p.p.), e os combustíveis, cujos preços ficaram, em média, 4,25% mais baratos e contribuíram com -0,25 p.p.

Os principais responsáveis pela queda do grupo dos Transportes (-0,54%) foram os combustíveis (-4,25%), em especial a gasolina (-4,80%), acompanhada pelo óleo diesel (-3,45%) e o etanol (-2,70%).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC apresentou variação de 0,14% em dezembro, acima dos -0,25% de novembro. Ao lado de dezembro de 2016, é a menor variação para o mês desde o início do Plano Real. O índice fechou 2018 acumulado em 3,43%, acima dos 2,07% de 2017. Em dezembro de 2017, o INPC tinha registrado 0,26%.

 

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