ECONOMIA

Desemprego e queda na renda acentua retração do consumo

Atualizado em 28 junho, 2018

Os dados de avanço do desemprego no país e a queda dos rendimentos do trabalho são preocupantes, já que se estendem desde o início do ano passado. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última semana, a taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em maio de 2016, índice acima do trimestre anterior (10,2%) e também do mesmo período do ano passado (8,1%).

Se por um lado aumentou o número de desempregados, por outro, diminuiu o número de empregados. A população desocupada de 11,4 milhões de pessoas cresceu 10,3% em relação ao trimestre anterior, ou seja, cerca de 1,1 milhão estão atrás de trabalho. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o índice subiu 40,3%, o que representa 3,3 milhões de pessoas.

O presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, pondera que aqueles que já perderam seu emprego em 2015 estão ficando desassistidos de medidas de proteção social, como o seguro-desemprego. “Isso agrava a situação do consumo e a recuperação econômica fica comprometida. Mas é importante observar que o ritmo do aumento de desemprego em maio desacelerou quando comparado aos meses anteriores, indicando que o desemprego deve estagnar nos próximos meses”, avalia.

> Em junho, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) atingiu pelo terceiro mês consecutivo os menores níveis da série histórica (87 pontos, em uma escala de 0 a 200).

Já a população ocupada (90,8 milhões de pessoas) apresentou estabilidade (menos 285 mil pessoas) e queda de 1,4% (menos 1,2 milhão de pessoas). O número de empregados com carteira assinada no setor privado teve queda de 1,2% (menos 428 mil pessoas) e redução de 4,2% (menos 1,5 milhão de pessoas), nas mesmas bases de comparação. Esses números revelam um aumento da informalidade e no número de trabalhadores por conta própria – dois fatores que contribuem para a redução ainda maior dos rendimentos.

O rendimento médio real (R$ 1.982) ficou estável frente ao trimestre ao trimestre dezembro de 2015 a fevereiro de 2016 (R$ 1.972) e caiu 2,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado (R$ 2.037). A massa de rendimento real (R$ 175,6 bilhões) também ficou estável e apresentou redução de 3,3%.

Para Breithaupt, chama atenção a queda da massa de rendimentos reais, ou seja, a quantidade de recursos disponível para o consumo imediato, sem o recurso do crédito. “Essa diminuição provoca a queda na intenção de consumo das famílias e determina, junto com a retração do crédito, na redução das vendas do comércio, que em Santa Catarina já estão no pior nível desde 2001”, frisa. A retração no volume de vendas em Santa Catarina chegou a 6,7% em abril, no acumulado de 12 meses, conforme os últimos dados divulgados. 

> Em junho, o Índice de Confiança do Empresário registrou alta de 7,2%, mas o indicador de contratação de funcionários teve queda de 21,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

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