MERCADO

Desocupação em Santa Catarina recuou ligeiramente no terceiro trimestre de 2020

Atualizado em 27 novembro, 2020

A PNAD trimestral divulgada nesta sexta-feira (27), referente ao terceiro trimestre de 2020, permite estimar movimentos mais amplos do mercado de trabalho. A situação no país continua preocupante, com queda na ocupação (-883 mil), aumento na desocupação (+1,3 milhão) e no número de pessoas fora da força de trabalho (+785 mil). Com isso, houve crescimento na taxa de desocupação, que atingiu o nível recorde de 14,6%, em parte influenciada também pelo acúmulo no trimestre anterior de pessoas na força de trabalho potencial, que não são consideradas ocupadas nem desocupadas, e na medida em que retornam a procurar emprego pressionam a taxa de desocupação.

Em Santa Catarina, porém, os movimentos foram distintos. Ainda que tenha permanecido a tendência de redução da ocupação, a mesma estabilizou na comparação trimestral considerando os intervalos de confiança (-35 mil pessoas). A diferença deste resultado em relação ao CAGED, que registrou saldo positivo de 59 mil no período, se deve também a diferenças metodológicas do formato de estimação trimestral. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a ocupação total estimada no estado reduziu-se em 195 mil pessoas, uma queda de 5,4%.

Ao contrário, porém, do observado ao nível nacional, a desocupação em Santa Catarina recuou ligeiramente (-15 mil pessoas, -5,8%), reduzindo até mesmo a taxa de desocupação de 6,9% para 6,6%, a menor do país. Ao que parece, o movimento de saída da força de trabalho continuou no estado, ao invés de se reverter também em transferência da força de trabalho potencial para a desocupada, mesmo com a queda da desocupação também houve redução da força de trabalho potencial (-28 mil), o que indica em parte uma absorção da mesma na ocupação (não em níveis suficientes para uma variação positiva), como também mudança na propensão a se reintegrar à força de trabalho para quem se encontra fora da força de trabalho, que observou aumento de 97 mil na comparação trimestral e de 391 mil na anual. Com isso, a taxa de participação da força de trabalho no estado reduziu-se de 64,5% no terceiro semestre de 2019 para 59,4% no mesmo trimestre de 2020. No país esta taxa está em 55,1% e era de 62,1%.

Ao analisar a distribuição dos movimentos entre a posição na ocupação, percebe-se que a principal redução na ocupação no estado concentrou-se no emprego do setor privado com carteira (-47 mil), e apenas o setor público com carteira (+5 mil), o empregador com CNPJ (+3 mil) e os trabalhadores por contra própria com CNPJ (+13 mil) e sem CNPJ (+26 mil) tiveram crescimento na ocupação. Situação que difere da dinâmica nacional, especialmente considerando a formalização das posições que ocorre em Santa Catarina, de maneira que ao nível nacional enquanto os empregadores com CNPJ caíram -3,5%, os sem CNPJ cresceram 2,8%, ao contrário da dinâmica estadual. Essa tendência de maior informalidade ao nível nacional também se observa no caso dos trabalhadores por contra própria, que só aumentaram a ocupação sem CNPJ (+2,1%) enquanto reduziram a com CNPJ (-4,1%).

Ao nível estadual apenas os setores de Outros Serviços (+27 mil), Construção (+7 mil), Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+2 mil) e transporte, armazenagem e correio (+1 mil) tiveram estimativa de variação positiva, ainda que seja considerada estável em relação ao trimestre anterior, excetuando-se Outros Serviços cujo crescimento foi substancial. Os setores mais afetados foram os de Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-25 mil), serviços domésticos (-22 mil) e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-13 mil). Já ao nível nacional, apenas a construção e agricultura registraram variação positiva, enquanto o comércio apresentou estabilidade sem variação negativa, ainda que na comparação anual encontre-se proporcionalmente muito mais afetado no país (-13,5%) do que no estado (-5,7%).

A massa de rendimento real habitual caiu 2,3% em Santa Catarina no 3º trimestre em relação ao segundo, enquanto ao nível nacional manteve-se estável (0,1%). Ainda assim, deve-se considerar tal diferença um efeito defasado e minimizado da crise no estado, visto que no trimestre anterior o estado manteve o rendimento total estável (0,6%) enquanto o mesmo caiu 5,6% no país. O rendimento médio manteve-se estável no estado e no país, porém com ligeiro viés de baixa e alta, respectivamente. A posição cujo rendimento médio mais cresceu foi a do empregador com CNPJ (8,1%) e o setor foi de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (7,6%). As taxas de subutilização e subocupação se mantiveram estáveis com viés de baixa em Santa Catarina, enquanto subiram ao nível nacional.

Leia também

INSTITUCIONAL 24 abril, 2024

Fecomércio SC participa do primeiro Café da Manhã da International Fresh Produce Association em Santa Catarina

ECONOMIA 24 abril, 2024

Intenção de consumo das famílias catarinenses caiu 2,8% em abril, aponta pesquisa

INSTITUCIONAL 22 abril, 2024

Fecomércio SC apresenta 5ª Agenda Legislativa para parlamentares catarinenses em Brasília

ECONOMIA 18 abril, 2024

Pesquisa indica aumento de 13% na expectativa de gasto médio para o Dia das Mães, relacionado ao ano anterior