ECONOMIA

Queda nos indicadores reflete crise provocada pelo Covid-19

Atualizado em 19 maio, 2020

Os indicadores divulgados na semana passada refletem a atual conjuntura de crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19. O IPCA de abril registrou deflação de 0,31%, menor resultado desde agosto de 1998. Essa baixa no nível de preços está relacionada principalmente à queda no preço dos combustíveis (9,59%), que pressionou o grupo de transportes (-2,66%). Os demais grupos também apresentaram deflação ou variação próxima de zero, com exceção do grupo de Alimentação e Bebidas, que observou inflação de 1,13%. A deflação está relacionada também com a queda da atividade econômica e as perspectivas recessivas, podendo apresentar certa permanência e agravamento enquanto não houver a  retomada.

O corte de 0,75 pontos percentuais (p.p.) da taxa básica de juros (Selic), anunciado pelo Copom na quinta-feira (7) indica uma estratégia mais veemente de expansão monetária, com aumento do dinheiro em circulação. A taxa ficou em 3% ao ano, atingindo menor patamar histórico. Com os dados de atividade econômica, praticamente não há risco inflacionário referente a tal movimento, porém deve-se atentar para pressões advindas das finanças públicas. Outro efeito desta estratégia é a desvalorização da moeda nacional, que já vinha em uma tendência de queda nos últimos meses, inclusive antes do início da pandemia.

O dólar atingiu patamar histórico no fechamento desta quinta-feira de R$ 5,84, o que pode conduzir à pressões inflacionárias nas importações e em alguns setores, assim como constitui um estímulo para exportações, mesmo com a queda da demanda internacional.

A Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina publicou também dados referentes à arrecadação estadual de abril, que apresentou forte retração de 18,7% frente ao mesmo mês do ano passado. A principal causa apontada foi a queda do valor e volume de vendas dos combustíveis e, portanto, da base tributária que representa cerca de 20% da arrecadação estadual. Os resultados de maio poderão ser ainda piores, conforme o Secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, com previsão de queda de 25% na arrecadação estadual em 2020, regredindo ao patamar de receita de 2017, e de pelo menos 10% no PIB catarinense em 2020.

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