ECONOMIA
SC registra queda na força de trabalho ocupada no primeiro trimestre
A taxa de desocupação em Santa Catarina aumentou de 5,3% para 5,7% no primeiro trimestre de 2020, movimento considerado normal devido à sazonalidade relacionada ao fim da temporada de verão. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE, na sexta-feira (15).
> Leia mais: Crise do coronavírus resultou em mais de 530 mil demissões em SC, aponta pesquisa
As maiores variações ocorreram na desocupação dos empregados com carteira assinada (-3,4%) em relação ao trimestre anterior, e sem carteira assinada (-14,1%) na comparação com ao mesmo trimestre do ano passado. A posição de empregadores e conta própria observaram reduções nas ocupações sem CNPJ, com aumento mais que proporcional na ocupação com CNPJ, o que indica um movimento de formalização desses setores. O tipo de posição mais afetada foi o setor público sem carteira (-19,7%).
O grupamento de atividade mais afetado foi o de Outros Serviços, com queda de 7,1% em relação ao trimestre anterior e 5,2% comparado ao ano passado. O grupamento de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas observou queda de 2,9% em relação ao trimestre passado, ainda que sua situação represente um aumento de 2,1% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Ocupações relacionadas à informação, comunicação, atividades financeiras, etc e transporte armazenagem e correio tiveram crescimento trimestral de, respectivamente, 1,2% e 2,9%, enquanto o crescimento anual foi de 3,6% e 4,9%. O rendimento médio apresentou estabilidade, com redução estatisticamente insignificante para R$ 2.569.
A aparente estabilidade da população desocupada- que registrou crescimento de 7 mil pessoas ou 3,2% em relação ao trimestre passado e queda de 22,3% na comparação com 2019- é acompanhado de um outro movimento significativo na força de trabalho: com a saída de 93 mil pessoas houve um aumento de 5,4% em relação ao trimestre passado e 6,9% em relação ao mesmo trimestre de 2019. A queda na ocupação foi de 100 mil pessoas. Isso pode indicar que há uma desistência na procura de emprego, o que pode levar à expressiva subestimação da taxa de desocupação. O desalento e a força de trabalho potencial, porém, continuam estáveis.