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Serra Catarinense fecha inverno com resultados positivos em 2011

Atualizado em 30 janeiro, 2018

Frio intenso e belezas naturais da Serra catarinense atraíram turistas de diferentes locais para a região em 2011, gerando reflexos na atividade econômica dos municípios e contribuindo para a expansão nas vendas do comércio.

Com o objetivo de mapear o perfil do turista de inverno em Santa Catarina e o impacto do movimento gerado pela estação para os empresários de São Joaquim e Urubici, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio SC) realizou entre os dias 20 e 24 de julho um levantamento com esses públicos. A coleta de dados aconteceu em pontos de grande fluxo de pessoas e nos principais centros de comércio e serviços das cidades selecionadas. Foram entrevistados 546 turistas e 154 empresários.

Leia a pesquisa na íntegra

O relatório completo foi divulgado nesta segunda-feira (10) no Hotel Serra Bela, em Urubici, durante o Painel Fecomércio Debate, sobre o impacto econômico no turismo de inverno na Serra.

Participaram do evento empresários do trade turístico, autoridades e lideranças do setor. O debate foi liderado pelo presidente da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio, João Eduardo Moritz, o diretor executivo da Fecomércio, Marcos Arzua, e o presidente do Convention & Visitors Bureau da Serra Catarinense, Rômulo Haberbeck de Oliveira.

De acordo com o levantamento, o inverno com temperaturas baixas foi positivo para as cidades contempladas pela pesquisa. Porém, em relação ao inverno de 2010, o resultado das vendas do comércio de Urubici, foi melhor do que de São Joaquim, onde 58,8% dos entrevistados consideraram que não houve aumento do movimento e a maioria das empresas (39,9%) considerou que seu faturamento aumentou.

O presidente da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio, João Eduardo Moritz, destacou que o estado é um verdadeiro parque temático. “Com base na pesquisa da Fecomércio temos que tomar algumas providências e cuidados para trazer à Serra Catarinense investidores e turistas com alto poder aquisitivo”.

Rômulo Haberbeck de Oliveira, presidente do Convention & Visitors Bureau da Serra Catarinense complementou dizendo: “Temos que conquistar as classes C e B. A intenção de visita na Serra Gaúcha é de 2,5%. Temos que trabalhar para que a Serra Catarinense alcance um percentual de pelo menos 1,8% na intenção de visitas”.

O presidente do Convention também reforçou a necessidade do embelezamento das duas cidades pesquisadas pela Fecomércio.

Para o diretor executivo da Fecomércio, Marcos Arzua, o principal ponto a ser atacado é a mobilização com lideranças empresariais das outras cidades para atrair turistas de forma integrada.

A média geral de aumento do faturamento no comércio de São Joaquim foi de 1,6%, o que pode ser considerado uma expansão pequena, e a média de gastos por dia por cliente foi de R$ 127,30, um gasto considerável.

Em Urubici o movimento para a maioria dos empresários (56,1%) foi superior ao do ano anterior. Além disso, a grande maioria dos empresários (68%), afirmaram ter tido aumento no faturamento, 12,4% afirmaram que o faturamento não se alterou e apenas 19,6% verificou queda. Com isso, a média de expansão no faturamento em Urubici foi de 10,7%, um bom resultado. Já a média diária de gastos por visitante em cada estabelecimento do município ficou em R$ 63,00.

Setor hoteleiro

O setor hoteleiro também apontou comportamento divergente nas duas cidades. Enquanto em Urubici a média de permanência das pessoas aumentou, em São Joaquim ocorreu o contrário.

Outro dado revelado no levantamento foi que a maioria dos hotéis, tanto em São Joaquim (53,9%) quanto em Urubici (60,7%), não contratou novos colaboradores para o período.

Com relação ao percentual de ocupação dos leitos, em São Joaquim, a média da ocupação foi de 56% enquanto em Urubici foi de 36%. Isto se deve ao fato da maioria das pessoas ficarem apenas um final de semana nas cidades, o que faz com que nestes dias a ocupação atinja picos que não se mantém durante o restante da semana.

Enquanto que em São Joaquim a maioria (53,9%) dos hotéis teve a mesma média de permanência que no ano passado, em Urubici a maioria (67,9%) apresentou um aumento na média de permanência.

Perfil do turista

O turista que visitou São Joaquim neste inverno é na maioria da classe D (29,4% com renda entre R$ 705,00 e R$ 1.126,00 e 15,2% com renda inferior a R$ 705,00) e da classe C (32,5% com renda entre R$ 1.126,00 a R 4.854,00. O principal estado de origem dos visitantes é Santa Catarina (58%), seguido por São Paulo (17,5%) e pelo Rio de Janeiro (7,6%).

Em Urubici as classes sociais mais presentes também foram a classe D (46,9%) e a C (36%) predominando os turistas catarinenses (77,6%), seguidos pelos paulistas (9,9%) e pelos gaúchos (3,6%). Em São Joaquim, a maioria utilizou os serviços de hotelaria da cidade, com 52% afirmando que ficaram em hotéis e 24,2% em pousadas. Também foi expressivo o número hospedagens em casa de famílias, 7,8%. Além disso, a maioria (71%) visitou a cidade pela primeira vez, o que demonstra uma boa renovação do público. Em Urubici a maioria preferiu as pousadas (60,2%) e hotéis (23,2%), com 61,8% visitando a cidade pela primeira vez.

Com relação aos pontos turísticos preferidos, os cinco principais de São Joaquim, na opinião dos turistas, foram, por ordem de importância, o Snow Valley, a Vinícola Villa Francione, a Expo Neve, a Casa da Cultura e o Belvedere. Já em Urubici os pontos preferidos foram: o Morro da Igreja, a Pedra Furada, a Cascata Véu de Noiva, a Cachoeira do Avencal e as inscrições rupestres.

O levantamento também questionou se os entrevistados iriam comprar produtos no comércio da cidade. Em São Joaquim 90,5% afirmaram que sim, dado que demonstra uma grande disposição para compras. Já em Urubici, apenas 55,7% buscariam o comércio da cidade.

Ao avaliar a estrutura das cidades, a maioria dos turistas afirmou que os hotéis (71% em São Joaquim e 67% em Urubici) e restaurantes (68% em São Joaquim e 69% em Urubici) estão preparados para suportar o frio intenso. Os itens hospedagem, os táxis, a gastronomia e a receptividade do morador local também obtiveram notas altas, já os itens transporte público, o atendimento nos bares e restaurantes e o serviço de orientação ao turista obtiveram avaliação média.

Os pontos avaliados como negativos foram a infra-estrutura viária e a segurança pública, ambos os itens relacionados aos serviços de atribuição do órgão público responsável. Na avaliação da Fecomércio, é urgente a necessidade de atenção por parte das autoridades públicas na melhoria das condições das estradas e da segurança.

No entanto, apesar de apontarem alguns problemas, os turistas ficaram satisfeitos com o tempo que passaram em São Joaquim, sendo que 87% pretendem voltar a São Joaquim e 93% pretendem voltar à Urubici no próximo ano.

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