2016: um feliz ano novo?

Atualizado em 12 dezembro, 2017

Se 2015 foi um dos mais difíceis para a economia e política brasileira, neste ano a palavra de ordem é superação. Na área econômica, o principal desafio será equilibrar as contas e superar o ajuste fiscal de 2015, que não obteve o resultado esperado.  Para isso, está à prova o viés “pró-crescimento” do novo Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. O governo tem que mostrar que a saída de Levy significa finalmente o confronto com os grandes desafios estruturais do país, como rever os gastos obrigatórios, simplificar e desburocratizar a carga tributária e trabalhista e investir em infraestrutura e inovação.

No fim do ano passado, ainda tivemos a instalação do processo de impedimento da presidente Dilma e a abertura do processo contra o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, dois ingredientes a mais na já conturbada conjuntura brasileira. Ambos processos devem intensificar a disputa política ao longo do 1º semestre do ano.
Precisamos superar a dura realidade do ano velho, onde vimos a variação do volume de vendas do comércio catarinense e brasileiro voltar aos níveis mais baixos desde 2003; a inflação fechar o ano acima de 10%, com efeitos danosos a renda das famílias; o desemprego voltar a subir e o crédito minguar. A falta de um entendimento entre os poderes executivo e legislativo ao longo de todo o ano impediu a aprovação de medidas importantíssimas para destravar a economia brasileira. Com isso, o cenário econômico ruiu, inflando a disputa entre os poderes e prejudicando ainda mais a governabilidade do país.

Para nascer o novo é urgente promovermos mudanças estruturais no ambiente de negócios brasileiro: melhorias na infraestrutura, reforma tributária, política e trabalhista inadiável e redução da burocracia – decisões de política econômica capazes de aumentar a produtividade do Brasil e provocar a redução gradativa e perene dos juros, o maior gargalo da economia brasileira atualmente. Estas mudanças não podem esperar uma próxima crise para se concretizarem, nem mesmo a renovação de promessas com a troca no calendário.

Artigo originalmente publicado no Diário Catarinense, edição do dia 09 e 10 de janeiro de 2016

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