A polêmica dos feriados prolongados

Atualizado em 12 dezembro, 2017

Estamos na segunda semana de 2017, e no Brasil foi estabelecida uma discussão em torno do maior número de feriados estendidos dos últimos anos. Essa notícia vem sendo comemorada por uma parte do setor produtivo, sobretudo as atividades vinculadas ao turismo, e vista com preocupação por alguns empresários e lideranças de outros setores. Ambas são absolutamente legítimas.

Destino de milhões de turistas todos os anos, Santa Catarina possui nos atrativos naturais e culturais uma fonte inesgotável de recursos. Atualmente a atividade econômica responde por 12,5% do PIB catarinense, segundo dados do próprio governo. Em valores absolutos, corresponde a geração de uma riqueza da ordem de R$ 30,2 bilhões. Esses dados demonstram que a polêmica nacional criada em torno dos feriados, aqui em Santa Catarina é esvaziada de propósito. Devemos substituí-la por ações propositivas que impulsionem e encorajem os empresários de todos os setores investirem.

O turismo é um setor portador de efeito multiplicador em nossa economia. Mas para isso precisamos inovar em nossas empresas, poder público, na sociedade em geral, e também nas entidades de classe. Não podemos mais comemorar o incremento da rentabilidade de nossos negócios em uma região em detrimento de outros. É urgente que quebremos a sazonalidade e a concentração do nosso desenvolvimento turístico e econômico, de forma que todas as regiões possam compor o círculo virtuoso do turismo. Esse é um dos principais pedidos dos empresários em todas as 13 regiões turísticas de Santa Catarina.

É dessa forma que vemos o turismo em 2017: um importante elemento dinamizador, capaz de reduzir os desequilíbrios regionais, revertendo o histórico fluxo migratório ao litoral e regiões mais desenvolvidas de Santa Catarina. Junto à experiência memorável aos nossos turistas, devemos produzir uma política de Estado em defesa da atividade econômica catarinense e da empregabilidade em todas as regiões. É neste debate que devemos inserir a questão dos feriados nacionais prolongados, até porque o calendário de 2017 terminará no dia 31 de dezembro, e o turismo não.

O nosso desafio em conjunto é fazer com que Santa Catarina cresça em demanda turística, em arrecadação e em rentabilidade nesses feriados. Devemos planejar e podemos mais do que o acaso nos oferece. Somos empresários, e esse é o nosso negócio.

Artigo originalmente publicado no jornal Notícias do Dia em 14.01.2017

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