Bandeira vermelha para o saneamento básico em SC

Atualizado em 12 dezembro, 2017

Temporadas após temporadas, o turismo em Santa Catarina enfrenta adversidades recorrentes. Nos verões anteriores, a falta de luz e água nas regiões turísticas deixou um marca negativa na imagem do Estado. Embora este ano a falta de água tenha sido minimizada, outros problemas estruturais vieram à tona: a poluição nas praias do Norte da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis. São anos de dejetos sendo jogados em nossas praias sem o tratamento adequado. Por trás disso escancara-se a precariedade de infraestrutura urbana. No caso da poluição nas praias, a falta de saneamento básico.

No Litoral, o problema fica mais evidente no verão por conta da população flutuante que sobrecarrega a estrutura. De acordo com o último relatório de balneabilidade divulgado pela FATMA, a poluição das praias aumentou no litoral catarinense, passando de 71 locais impróprios para banho (janeiro) para 88 (fevereiro). Em Florianópolis, quase metade dos locais analisados está impróprio.

Nosso Estado tem o maior índice de desenvolvimento humano (IDH) do Brasil, a maior expectativa de vida, uma das menores taxas de analfabetismo, a menor taxa de desemprego e de incidência de pobreza. Se por um lado, carregamos indicadores sociais positivos, por outro, somos o 14º estado da federação no percentual de domicílios com rede de esgoto, segundo relatório do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), de 2013. Contrastando com a média nacional de 41,9%, somente 20% dos domicílios apresentam algum tipo de tratamento de esgoto em SC.

Em Florianópolis, 52,8% dos domicílios são atendidos por rede de esgoto. Para as mesorregiões, o destaque negativo fica por conta do Oeste Catarinense, com apenas 10% dos domicílios cobertos, enquanto que a Grande Florianópolis ocupa a primeira posição com 38,2%, seguido pela Serrana, com 29,5%; Sul Catarinense, 28,6%; Vale do Itajaí, 12,2% e Norte Catarinense, 11,5%. Portanto, estamos diante de um problema alarmante e que demanda solução urgente.

O saneamento básico além de garantir a balneabilidade de nossas praias e fomentar o turismo – atividade que responde por parcela considerável da economia do Estado – deve trazer melhores condições de vida para a população. Nossos atributos naturais que tanto atraem visitantes não podem continuar sendo contaminados, prejudicando moradores e turistas.

Um Estado com os melhores indicadores sociais do Brasil não pode continuar apresentando números tão negativos quando se trata de saneamento básico. Resolver essa questão de infraestrutura urbana é imperativo para um desenvolvimento econômico sustentável de Santa Catarina.


Presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt
Artigo originalmente publicado no jornal Notícias do Dia em 16 de fevereiro

Leia também

30 novembro, 2022

Planos de transição e a situação financeira das famílias

19 julho, 2021

Reforma da previdência: uma mudança necessária

21 outubro, 2020

De olho na linha de chegada

28 maio, 2020

Impactos da pandemia em SC