MERCADO

Parceria entre Senac SC e Epagri estuda alga para uso na gastronomia

Atualizado em 29 novembro, 2022

O Senac SC e a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) firmaram uma parceria para pesquisar o uso da alga Kappaphycus alvarezii na gastronomia. Atualmente, já há estudos sobre o uso da macroalga para a área da saúde, estética e de fertilizantes, mas no setor de gastronomia ainda é pouco explorado.

O objetivo da parceria é incluir o insumo no cardápio dos restaurantes e gerar demanda para os produtores de alga, por meio do desenvolvimento de produtos para a indústria alimentícia. “Temos a possibilidade de gerar demanda para esses produtores, estimular a cadeia produtiva e aumentar a fonte de renda de quem já está trabalhando nas fazendas marinhas ou queira investir nessa atividade econômica. A pesquisa, ligada ao Setor de Inovação do Senac SC, vai explorar as possibilidades de uso gastronômico da alga, além da sua conservação e armazenamento após a coleta, aplicando as técnicas básicas da cozinha – quente e fria –, confeitaria e panificação e coquetelaria”, afirma a analista de projetos educacionais do Senac, Nathália Bernardinetti.

O prato vencedor da etapa regional do Festival Enchefs deste ano utilizou o insumo em uma salada morna de alga e um purê de alga com taioba. A receita é da professora Maria Garcia do Senac. Crédito: Vanessa Alves.

Etapas da pesquisa

O projeto tem previsão de duração de um ano, com dedicação e envolvimento do corpo técnico do Senac SC, entre professores e analistas. “Iniciamos o projeto pela aplicação das técnicas básicas de cozinha, técnicas de corte e cocção da macroalga. Ao mesmo tempo, desenvolveremos materiais de boas práticas de manipulação da macroalga, contemplando as técnicas de higienização compatíveis com o insumo, armazenamento, pré-preparo, entre outros”, conta Nathália.

Concluída essa parte, será iniciada a aplicabilidade da macroalga, quando serão realizados os testes em preparos da cozinha fria, cozinha quente, panificação e confeitaria – tanto na cozinha internacional quanto na nacional. Com o material levantado, prevê-se uma prática de análise sensorial a partir de preparos selecionados ao longo do estudo e, também, de aceitabilidade dos produtos desenvolvidos. Os resultados finais devem sair entre agosto e setembro de 2023. No entanto, ao longo do projeto, os resultados parciais serão compartilhados.


Santa Catarina conta com 456 maricultores, produtores de moluscos e outros mexilhões. Destes, quatro começaram a cultivar algas na última safra, em Florianópolis e Palhoça, e conseguiram produzir mais de 102 toneladas. Outros 10 municípios iniciam na safra 2022/2023. Para a próxima, deverá ter produção também em São José, Penha e São Francisco do Sul.


Renda extra

Essa espécie de alga é exótica e está há 30 anos no Brasil, mas somente em 2020 os cultivos comerciais foram autorizados em Santa Catarina pelo Ibama. A autorização só foi concedida após o Estado estudar a alga durante 10 anos e comprovar a sua viabilidade ambiental de cultivo.

Kappaphycus alvarezii não consegue se reproduzir na natureza. Assim, sua propagação é vegetativa, ou seja, alguns galhos são quebrados e colocados para crescer, como se fossem clones da planta mãe.  No Sul do Brasil, o ciclo de cultivo inicia em setembro e vai até maio. Entre junho e agosto os cultivos são interrompidos porque a temperatura da água fica abaixo de 18°C e nessas condições a alga morre.

“Para os produtores é importante, pois precisamos diversificar os cultivos marinhos. Não dá para todos viverem apenas do cultivo de ostra e mexilhão. Então, sempre estudamos espécies para integrar os sistemas de cultivo dessas fazendas marinhas”, conta Alex Alves dos Santos, pesquisador da Epagri.

Dessa vez, a espécie escolhida foi a macroalga, que vem para ajudar na fonte de renda desses produtores. “Por exemplo, quando ocorre a maré vermelha, em que o produtor é obrigado a interromper o comércio de molusco, ele poderá comercializar alga. Inclusive, a alga ajuda na despoluição dos mares, pois no momento em que ela absorve nutrientes como fósforo, nitrogênio e até carbono para o crescimento, ela ajuda a despoluir os mares. Se todo o litoral passar a produzir essa alga, ela vai diminuir a poluição marinha”, ressalta o pesquisador.

Projeto Macroalgas, parceria entre Senac SC e Epagri, é lançado oficialmente

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