ECONOMIA

PIB brasileiro cai 4,1% em 2020

Atualizado em 04 março, 2021

A economia brasileira encolheu 4,1% em 2020 considerando valores correntes, o que significa que, descontando pressões inflacionárias e cambiais, as perdas em termos reais foram ainda maiores devido à crise econômica desencadeada pela pandemia de Covid-19, conforme dados das Contas Nacionais Trimestrais referentes ao PIB brasileiro do quarto trimestre, divulgados na quarta-feira (3).

Os impactos da pandemia foram sentidos principalmente no segundo trimestre, seguido por um processo de recuperação nos trimestres seguintes, reduzindo as perdas iniciais. A retomada ocorreu junto a estímulos monetários como o Auxílio Emergencial, o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, expansão creditícia e liberações do FGTS. O agravamento da pandemia no início de 2021, associado à carência de medidas de adaptação e protocolos sanitários, assim como um relaxamento progressivo de ações de combate à pandemia, aponta para uma reversão da tendência de recuperação anterior.

Em termos setoriais, pela ótica da produção, o setor de serviços foi o mais afetado, com queda de 4,5% no seu valor adicionado bruto. Apenas a agropecuária encerrou o ano com variação positiva. Os subsetores de serviços apontam para uma dinâmica heterogênea no acumulado dos quatro trimestres de 2020, com atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados avançando 4,0% e atividades imobiliárias 2,5%, enquanto transporte, armazenagem e correio observaram queda de -9,2% e outras atividades de serviços retrocederam -12,1%- estas últimas englobando as divisões e classes de alojamento e alimentação, serviços de educação, serviços pessoais, de artes, cultura, esporte e recreação, que também foram os mais afetados durante a pandemia.

O subsetor de comércio, por sua vez, registrou retração acumulada de 3,1% no ano. Esse resultado, mais grave que a queda de 1,5% observada no volume de vendas do comércio ampliado, segundo a PMC/IBGE, deve-se também ao fato de que as contas nacionais incluem o comércio atacadista, assim como foram afetadas pela queda acumulada de 10% nas importações de bens e serviços. O subsetor apontou para uma retomada no último trimestre do ano, avançando 2,7% em relação ao trimestre anterior. O resultado mais positivo do último trimestre foi do subsetor de outras atividades de serviços (6,8%), seguido por transporte, armazenagem e correio (6,2%) e informação e comunicação (3,8%).

Do ponto de vista da demanda, o consumo das famílias foi o componente mais afetado, com perda acumulada de 5,5% e demonstrou desaceleração no último trimestre, seguido por uma queda de 4,7% no consumo do governo, a formação bruta de capital fixo (FBCF) foi o componente menos afetado, caindo -0,8% e é o único componente que ao final do ano se encontra em patamar positivo (13,5%) na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, crescendo 20% em relação ao trimestre imediatamente anterior. O componente “Outros” do FBCF registrou variação positiva de 1,2%, enquanto a construção (-1,2%) e máquinas e equipamentos (-1,1%) observaram pequena retração, de maneira que a depender da maturação e características dinâmicas de tais investimentos, pode haver uma retomada econômica na medida em que a pandemia for superada.

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