ECONOMIA

Comércio encerra 2020 com crescimento de 6% no volume de vendas em SC

Atualizado em 10 fevereiro, 2021

O comércio catarinense registrou em dezembro alta de 6% no volume de vendas no varejo restrito e 4% no ampliado na comparação com o mesmo mês de 2019- os percentuais estão acima da média nacional de 1,2% e 2,6%, respectivamente. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (10) pelo IBGE.

No acumulado do ano, o varejo restrito teve crescimento de 5,5% em SC, enquanto a média nacional foi de 1,2%- o pior resultado em quatro anos. O desempenho também foi positivo para o comércio ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, com alta de 2,9%, diante da queda de 1,5% no país.

Em relação a novembro, as vendas recuaram 3% no Estado e 6,1% no país, a pior variação para o mês de dezembro desde o início da série histórica iniciada em 2000. A queda foi mais significativa no comércio ampliado em Santa Catarina: as vendas caíram 5,7%- o terceiro pior resultado entre as unidades da federação. O resultado negativo foi puxado principalmente por uma reversão no segmento de veículos e motos, partes e peças (-4,3%) e a estagnação, com ligeiro viés de baixa, no segmento de materiais de construção (18,1%). Ao nível nacional, o comércio ampliado também retraiu, porém de maneira menos grave, com queda de -3,7%, visto que os dois segmentos incluídos nesta categoria foram os que apresentaram as menores retrações no país em dezembro.

Segundo o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, a evolução do comércio em 2020 apresentou uma recuperação expressiva após o primeiro choque por contra da pandemia entre março e maio. “Santa Catarina apresentou o 5º melhor volume de vendas entre os estados e uma das recuperações mais rápidas e sólidas, porém ainda enfrenta problemas em vários segmentos. Os resultados de dezembro apontam para uma possível reversão da tendência de recuperação, que deve ser contraposta por medidas que garantam emprego e renda, assegurem o consumo de grupos mais vulneráveis, assim como o acesso ao crédito às empresas afetadas pela queda na demanda durante a crise”, avalia.

Sazonalidade

Há um forte componente sazonal em dezembro, quando se espera o maior volume de vendas do ano. As medidas de estímulo promoveram a recuperação do comércio para níveis recordes em outubro, que se reverteu em perdas por não acompanhar o crescimento típico dos meses posteriores. Isso se torna ainda mais evidente ao observar que as principais retrações com ajuste sazonal ocorreram em segmentos como vestuário e outros artigos de uso pessoal e doméstico, que são tipicamente movimentados no período.

A mudança no comportamento do consumo neste período, portanto, reflete tanto um movimento de antecipação nos meses anteriores, que é especialmente evidente no caso de móveis e eletrodomésticos e artigos de uso pessoal e doméstico, como também um ambiente com maiores incertezas e restrições de renda.

As atividades de supermercados, hipermercados, assim como de artigos farmacêuticos, médicos e etc, foram as que registraram as menores variações negativas no varejo restrito nacional, enquanto em Santa Catarina apresentaram considerável aceleração, o que também indica que o recrudescimento da pandemia foi outro fator a impactar o comércio, na medida em que essa mesma dinâmica foi observada em outra magnitude nos meses de março, abril e maio.

O principal responsável pela retração do varejo restrito no Estado foi o segmento de móveis e eletrodomésticos, que apresentou forte reversão na comparação com o mesmo mês do ano anterior que, portanto, também é afetada por componentes sazonais, passando de 22,2% em novembro para -10,6% em dezembro. As atividades de tecidos, vestuário e calçados também pressionaram negativamente a comparação anual, após retomarem patamares positivos em agosto e voltarem a apresentar resultado negativo em novembro (-0,9%) e dezembro (-4,5%).

Volume x receita

O descolamento entre a receita nominal e volume de vendas reflete as pressões inflacionárias em diversos segmentos. Na média estadual, a receita nominal do comércio varejista cresceu 10,2% no acumulado de 2020, quase o dobro da variação observada no volume e vendas (5,6%), com uma diferença ainda maior para o caso do comércio ampliado, onde a receita nominal cresceu 7,2% e o volume de vendas 2,9%.

A maior diferença entre os dois indicadores no acumulado do ano foi observada nos grupos de Hipermercados e Supermercados (15,4% para 24,4%) e Materiais de Construção (12,8% para 19,2%). Grupos de atividade que apresentaram movimento inverso no acumulado do ano, de maior volume de vendas em relação à receita nominal, incluem combustíveis e lubrificantes (-9,6% para -11,3%), móveis e eletrodomésticos (9,2% para 8,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,6% para 8,0%).

Os segmentos mais afetados continuam a ser o de livros, jornais, revistas e papelaria, que reagiram um pouco em dezembro, mais ainda em patamares consideravelmente negativos, e encerraram o ano com retração acumulada de 28,3%, assim como o grupo de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação que apresentam a maior queda entre todos os segmentos tanto em dezembro (-41,1%) quanto no acumulado de 2020 (-37,2%).

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