Pirataria domina o mercado brasileiro
Entre 2006 e 2009, em média, 44% dos brasileiros acima de 16 anos consumiram algum produto pirata a cada ano. Os dados, levantados pela Fecomércio do Rio de Janeiro, mostram que a opção pelo produto pirata continua em um patamar elevado, e não tem dado sinais de abrandamento. Nos dois primeiros anos da pesquisa, 2006 e 2007, o percentual de brasileiros que consumiram algum produto pirata foi de 42%, parcela que passou a 47% em 2008. Já em 2009, por mais que a maioria acredite que comprar produtos ilegais alimenta o crime organizado, contribui para a sonegação de impostos e prejudica o faturamento do comércio e dos artistas, quase metade da população (46%) admite ter comprado pelo menos um produto pirata no último ano.
O combate ao mercado de produtos piratas, tema elementar para o desenvolvimento sustentado do setor do comércio de bens, serviços e turismo, foi discutido pelo representante da CNC no Conselho Nacional de Combate à Pirataria do Ministério da Justiça, Natan Schiper, a convite do presidente da Fecomércio, Bruno Breithaupt, na reunião da Associação Comercial e Industrial de Joinville (ACIJ), nesta segunda-feira, dia 23. Segundo Schiper, os CDs e DVDs continuam liderando o ranking da pirataria, devido à facilidade de serem reproduzidos. E ainda tem o crescente consumo de calçados, bolsas e tênis, relógios, perfumes, óculos, roupas, cigarros, artigos esportivos e brinquedos.
Para ele, o brasileiro sabe dos riscos que ele e a sociedade correm pelo consumo de produtos piratas, mas o ganho aparente com a compra, em função do preço mais baixo, pesa mais do que todos os prejuízos por trás da transação. “É preciso um grande projeto de educação. A educação é o principal mecanismo para inibir o avanço deste mercado”, analisa Schiper, lembrando que em 2006, a comercialização de brinquedos piratas era de 5%. No ano seguinte, pulou para 9%. Devido às campanhas esclarecendo sobre os riscos para a saúde das crianças, como a intoxicação por substâncias químicas ou o uso de peças inadequadas e perigosas, logo caiu para 1%.
Também na reunião de diretoria da ACIJ, o presidente Bruno Breithaupt apresentou aos empresários associados a estrutura do Sistema Fecomércio em Santa Catarina e enumerou os investimentos do SESC e do Senac no município. “Neste ano, entregamos o Centro de Atividades do SESC Joinville com investimentos R$ 8 milhões e 500 e ainda iremos licitar mais duas importantes obras para Joinville: o SESC Escola, atendendo crianças do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, e o SESC Comunidade, com a aplicação de aproximadamente R$ 3,5 milhões em recursos”, sinalizou Breithaupt.