Inadimplência cresce pelo sexto mês consecutivo e volta a bater recorde em SC
Praticamente uma em cada três famílias está com dívidas em atraso em Santa Catarina. A inadimplência cresceu pelo sexto mês consecutivo no estado e atingiu um novo recorde em setembro: 32,9% dos núcleos familiares. É o maior percentual desde o início da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Fecomércio SC em parceria com a Confederação Nacional do Comércio, em 2010.
O índice representa um aumento de 1,4 ponto percentual em relação a agosto e de 10,3 pontos percentuais na comparação com o mesmo mês do ano passado. Historicamente, a taxa de inadimplência em Santa Catarina é de 22,1%.
O dado de setembro coloca o estado acima da média nacional, que também bateu recorde ao alcançar 30,5% de famílias inadimplentes. Segundo o presidente da Fecomércio SC, Hélio Dagnoni, o cenário é consequência dos juros elevados mantidos por um período prolongado. Atualmente, a taxa Selic está em 15% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas.
“Estamos sendo duramente afetados pelo juro alto. A Selic está na casa dos dois dígitos há quase quatro anos. E a perspectiva de queda é apenas para o ano que vem. Esse contexto tem castigado as famílias, com muitas delas não conseguindo honrar seus compromissos. Esperamos por uma melhora no cenário, pois esses efeitos podem se espalhar por toda a economia”, afirma Dagnoni.
Outro indicador que preocupa é o percentual de famílias que não terão condições de pagar as contas em atraso, que chegou a 9,7% em setembro. Em relação a agosto, o índice subiu 0,6 ponto percentual; na comparação com setembro de 2022, o aumento foi de 1,7 ponto percentual. O indicador também permanece acima da média histórica do estado, que é de 8,6%. No Brasil, essa taxa foi de 13% no mesmo período.
Já o endividamento — que mede a disposição das famílias em realizar compras parceladas ou contrair financiamentos — apresentou uma ligeira queda: passou de 71,5% para 70,5% em setembro. Atualmente, 59,4% das famílias em Santa Catarina se consideram “pouco” ou “mais ou menos” endividadas.